Ruas são ‘invadidas’ por blocos
Gaviões é favorita da arquibancada no segundo dia. Mocidade, Vila Maria e Rosas de Ouro estão na briga
Fantasia de LED. Alegorias compostas por telões e QR Code. Passistas com batimento cardíaco monitorado na avenida. E até robô que caiu no samba. Se no primeiro dia dos desfiles das escolas de samba de São Paulo as agremiações apostaram em mensagens políticas para conquistar o público, na segunda noite (sábado) no Sambódromo do Anhembi a plateia testemunhou um verdadeiro Carnaval ‘high tech’. Pela reação, as inovações foram aprovadas. Em diversos momentos, os foliões cantaram os sambas-enredos e acenderam iluminadores.
Embora a Gaviões tenha sido a favorita das arquibancadas, os desfiles da segunda noite indicam uma disputa muito acirrada. Mocidade Alegre, Vila Maria e Rosas de Ouro também devem entrar forte na briga pelo título.
A Pérola Negra coroou a rainha de bateria, Samara Carneiro, com lâmpadas de LED. As luzes acendiam na medida em que ela sambava, levantando a plateia apesar do frio e da garoa fininha. A Gaviões da Fiel veio embalada pela estreia do carnavalesco Paulo Barros e o aniversário de 50 anos da escola. A escultura da ave-símbolo emitia ruído de arrepiar.
Com o enredo “Tempos Modernos”, foi a Rosas de Ouro quem levou o mundo digital ao limite do Carnaval. Em parceria com empresas de tecnologia e universidade, a escola fez referências à criação das locomotivas e do automóvel. Um robô no meio da bateria distribuiu baquetas aos ritmistas.
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O Carnaval de São Paulo também foi tomado por blocos. Na Avenida Dumont Villares, Zona Norte, houve “invasão” de Ritas Lees na pista com passagem do Ritaleena, bloco em homenagem à roqueira. Entre as fantasias mais repetidas estavam a da própria Rita Lee. Mas foliãs e foliões também passaram recado político. Muitos usavam tiara perguntando: “Votou em quem?”. Outras tinham brincos com “não é não”. Houve homenagem a vereadora Marielle Franco.
O QuilomboLab, com o rapper Emicida, ganhou a avenida, surpreendendo quem esperava apresentação de hip hop. O repertório foi de sambas de terreiro, sambas de partido-alto e outras variações pouco vistas em São Paulo. O cantor Criolo participou do cortejo. No início do trajeto, foi puxado coro de ‘fora Bolsonaro’.
Idealizado pelo jogador de futebol Daniel Alves, o bloco Good Crazy estreou no carnaval na Avenida Faria Lima, na zona oeste da capital. O bloco Bem Sertanejo, do cantor Michel Teló, arrastou multidão no Parque Ibirapuera.