REFINANCIAMENTO FISCAL
Marcelo Odebrecht, o ex-todo -poderoso da construtora, pedia alternativas caso o crédito-prêmio de IPI não fosse aprovado por Lula. Esta emenda acabou sendo vetada pelo ex-presidente. Porém, os empresários envolvidos não se deram por vencidos: negociaram um programa de refinanciamento fiscal para esta dívida de R$ 200 bilhões.
De acordo com Palocci, o Refis foi instaurado mediante a MP 470, cuja redação foi confeccionada por Maurício Ferro (ex-vice-presidente jurídico da
NOdebrecht, cunhado de Marcelo Odebrecht e também preso na Lava Jato). Como contrapartida para a MP 470, Palocci afirma que Ometto pagou a propina ao “PT por intermédio de doações oficiais ao partido durante a campanha de 2010”.
De fato, ao pesquisar os registros públicos das doações feitas pelas empresas de Ometto (ao menos as mais conhecidas), notase que houve inúmeras doações ao PT nos termos destacados pelo ex-ministro. Além das doações empresariais, circula o boato de que é prática de Ometto fazer doações na sua pessoa física e obrigar todos os seus executivos e colaboradores a fazerem o mesmo. Assim seria possível driblar o limite de doações existentes na época.
Apenas a Cosan Indústria e Comércio S/A teria feito doações em torno de R$ 4 milhões entre setembro e novembro de 2010. A Cosan Açúcar e álcool S/A teria doado outros R$ 500 mil. Em 2014, o aporte para as candidaturas do PT feito pela Cosan Lubrificantes e Especialidades S/A chegou a R$ 1,3 milhão.