ESPECIALISTAS E ENTIDADES MÉDICAS AFIRMAM QUE FALA DO PRESIDENTE É ‘DESSERVIÇO’.
Em coletiva, Mandetta diz que quarentena foi ‘precipitada’ e pede mais diálogo com governo federal
OMinistro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, revelou, em entrevista coletiva realizada ontem, que vai liberar 3,4 milhões de unidades da cloroquina a partir de sexta-feira. O medicamento será utilizado para avaliação em pacientes que estão em estado grave do novo coronavírus, doença que já matou 57 pessoas no Brasil.
“O que o Ministério da Saúde está fazendo é deixar no arsenal, deixar à mão do profissional médico. Se ele entender que o paciente grave pode se beneficiar,
o que vamos fazer é deixar esse remédio ao alcance dele”, disse o ministro da Saúde no pronunciamento.
Mandetta chegou a classificar como “precipitada” a adoção da quarentena pelos estados, e disse que se ela for adotada sem prazo para terminar, pode se tornar uma “parede” para as necessidades das pessoas. “Temos que melhorar esse negócio de quarentena. Foi precipitado. Foi cedo. Ficou uma situação do tipo: ‘Entramos e agora como é que saímos?’”, afirmou. O ministro também disse que qualquer medida nesse sentido
deve ser tomada em diálogo entre governadores e governo federal. Também falou que a letalidade irá diminuir por causa de testes que o governo federal vai comprar.
Mandetta reforçou o pedido para que a população brasileira faça um bom uso do sistema de saúde. O ministro da Saúde ainda destacou que sua prioridade é combater o vírus. “Nós não vamos mudar um milímetro do nosso foco na vida”, revelou Mandetta.
Por fim, o ministro da Saúde foi questionado sobre uma possível demissão,
já que o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro foi na contramão de suas recomendações. Mandetta contou que só deixa o cargo pelos seguintes motivos: “Eu só saio daqui na hora que o presidente quiser, quando eu estiver doente, ou quando eu achar que esse período todo já tenha passado e que eu não possa ser mais útil. Vou trabalhar ao máximo nesse momento de crise, com critério técnico”, afirmou.
Nós não vamos mudar um milímetro do nosso foco na vida”
LUIZ HENRIQUE MANDETTA, Ministro da saúde