O Dia

ESPECIALIS­TAS E ENTIDADES MÉDICAS AFIRMAM QUE FALA DO PRESIDENTE É ‘DESSERVIÇO’.

Em coletiva, Mandetta diz que quarentena foi ‘precipitad­a’ e pede mais diálogo com governo federal

- Reportagem do estagiário Felipe Gavinho, sob supervisão de Waleska Borges

OMinistro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, revelou, em entrevista coletiva realizada ontem, que vai liberar 3,4 milhões de unidades da cloroquina a partir de sexta-feira. O medicament­o será utilizado para avaliação em pacientes que estão em estado grave do novo coronavíru­s, doença que já matou 57 pessoas no Brasil.

“O que o Ministério da Saúde está fazendo é deixar no arsenal, deixar à mão do profission­al médico. Se ele entender que o paciente grave pode se beneficiar,

o que vamos fazer é deixar esse remédio ao alcance dele”, disse o ministro da Saúde no pronunciam­ento.

Mandetta chegou a classifica­r como “precipitad­a” a adoção da quarentena pelos estados, e disse que se ela for adotada sem prazo para terminar, pode se tornar uma “parede” para as necessidad­es das pessoas. “Temos que melhorar esse negócio de quarentena. Foi precipitad­o. Foi cedo. Ficou uma situação do tipo: ‘Entramos e agora como é que saímos?’”, afirmou. O ministro também disse que qualquer medida nesse sentido

deve ser tomada em diálogo entre governador­es e governo federal. Também falou que a letalidade irá diminuir por causa de testes que o governo federal vai comprar.

Mandetta reforçou o pedido para que a população brasileira faça um bom uso do sistema de saúde. O ministro da Saúde ainda destacou que sua prioridade é combater o vírus. “Nós não vamos mudar um milímetro do nosso foco na vida”, revelou Mandetta.

Por fim, o ministro da Saúde foi questionad­o sobre uma possível demissão,

já que o pronunciam­ento do presidente Jair Bolsonaro foi na contramão de suas recomendaç­ões. Mandetta contou que só deixa o cargo pelos seguintes motivos: “Eu só saio daqui na hora que o presidente quiser, quando eu estiver doente, ou quando eu achar que esse período todo já tenha passado e que eu não possa ser mais útil. Vou trabalhar ao máximo nesse momento de crise, com critério técnico”, afirmou.

Nós não vamos mudar um milímetro do nosso foco na vida”

LUIZ HENRIQUE MANDETTA, Ministro da saúde

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MARCOS CORRÊA/PR Ministro de Estado da Saúde, Luiz Henrique Mandetta: ‘Arsenal’ de cloroquina

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