O Dia

Não estamos de férias

- Léo Vieira dep. est. do PSC e pres. da Frente em Defesa da Baixada

Como deputado estadual, como presidente da Frente Parlamenta­r em Defesa da Baixada Fluminense na Alerj, mas acima de tudo, como cidadão e morador da cidade de São João de Meriti, me causa apreensão pensar nos estragos que o coronavíru­s pode vir a fazer quando atingir em cheio a região. A realidade da Baixada é diferente de outras localidade­s, como a Zona Sul e Barra da Tijuca.

Em nossa região, muitas pessoas moram sobre o mesmo teto, poucos têm condições de comprar álcool em gel e o abastecime­nto de água não é constante. Duque de Caxias foi a cidade da Baixada com o primeiro caso confirmado da Covid-19. Tratase de uma mulher jovem, de 23 anos, profission­al de Saúde e que trabalha em hospital privado do município do Rio de Janeiro. Outros casos virão. É preciso deixar a política de lado e pensar, única e exclusivam­ente, em salvar vidas.

De antemão, faço um elogio ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por ter se antecipado e ter encarado de frente essa pandemia, criando condições para o atendiment­o dos doentes e sendo firme nas medidas que obrigam o isolamento da maior parte da população, fundamenta­is para que o vírus se espalhe menos.

Minha maior preocupaçã­o é com a Baixada. Em São João de Meriti, onde mais de 30 possíveis casos de coronavíru­s estão sendo analisados, as ruas estão mais vazias do que o habitual, mas não o suficiente. Em 23 de março, a prefeitura decretou o fechamento do comércio por 15 dias. É necessário, no entanto, que agentes da Guarda Municipal, com apoio da Polícia Militar, percorram a cidade para coibir quem estiver descumprin­do o decreto.

As secretaria­s de segurança pública dos municípios da Baixada precisam continuar incessante­mente cobrana reclusão como forma de prevenção. Não é possível, diante de tudo o que vem sendo falado, observar ainda locais com aglomeraçã­o de pessoas, receita perfeita para a disseminaç­ão rápida do vírus.

Do mesmo jeito que a população precisa ser cobrada a fazer sua parte, também precisa ser assistida. Tenho conversado bastante com o presidente da Cedae, Renato Espírito Santo, sobre as soluções que devemos dar para melhorar o abastecime­nto de água na Baixada Fluminense. Sem água, fica impossível fazer a higiene recomendad­a. Renato tem sido solícito, e deixo aqui meu agradecime­nto a ele.

Reduzir o número de pessoas nos transporte­s públicos também é medida importante para conter o novo coronavíru­s. As restrições impostas estão no caminho certo. Mas precisam ser mais bem calibradas, evitando que filas quilométri­cas se formem em estações de ônibus e trens. É um contrassen­so quando o que se deseja é justamente evitar aglomeraçõ­es.

Que fique claro: não estamos de férias. Passamos por um momento de crise. Uma crise séria. Há quem não tenha se dado conta. À Baixada, deixo meu alerta e a certeza de que vou trabalhar diuturname­nte para minimizar o impacto do coronavíru­s na região. Com a colaboraçã­o de todos, unidos em único objetivo, vamos vencer.

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