Saque imediato do FGTS termina amanhã
Sem sair de casa, a alternativa é transferência bancária pelo aplicativo do fundo
Os trabalhadores da iniciativa privada têm até amanhã para fazer o saque imediato do FGTS. Segundo o Ministério da Economia, não há previsão de adiamento desse prazo, mesmo com as medidas de isolamento para evitar a proliferação do coronavírus. No entanto, conforme o último balanço da Caixa Econômica Federal, cerca de 36 milhões de pessoas em todo o país ainda não haviam sacado o benefício até o último dia 24 de março. É possível receber até R$ 998 por cada conta ativa (emprego atual) ou inativa (empregos anteriores) que cada trabalhador por ventura tiver. Somente no Estado do Rio, 3,6 milhões ainda não retiraram o dinheiro.
E em tempos de isolamento social, ficar em casa virou a nova rotina da população brasileira para frear a disseminação do Covid-19. Diante disso, o trabalhador tem alternativa segura para fazer o Saque Imediato, sem precisar ir às agências da Caixa. Com as medidas de isolamento social determinadas pelas autoridades oficiais e de Saúde, o banco recomenda que as pessoas sem conta na instituição utilizem o aplicativo ‘FGTS’ para receber o fundo.
Pelo app é possível transferir o valor para uma conta bancária de sua titularidade em qualquer outra instituição
MILHÕES financeira e de maneira gratuita (confira o passo a passo abaixo).
De acordo com o último levantamento, a Caixa fez o pagamento de mais de R$ 28 bilhões do Saque Imediato para cerca de 60 milhões de trabalhadores. O volume pago representa 63% dos 96 milhões de trabalhadores com direito ao saque e 66% dos R$ 42,6 bilhões disponibilizados.
No Rio de Janeiro, 5,4 milhões de trabalhadores efetuaram o saque, totalizando R$ 2,5 bilhões em recursos. Ainda segundo a Caixa, no início da ação de pagamentos, havia cerca de 9 milhões de trabalhadores elegíveis ao saque, que corresponde a um montante de R$ 3,7 bilhões. Ou seja 3,6 milhões ainda têm dinheiro a receber no estado.
Para os poupadores individuais da Caixa com conta no fundo de garantia, o valor do saque imediato já foi depositado automaticamente, sem necessidade de autorização. Mas os correntistas e quem tem poupança conjunta deve autorizar o depósito pelo internet banking da Caixa, app do FGTS ou site (fgts. caixa.gov.br). Entretanto, neste caso, o trabalhador tem a possibilidade de informar ao banco, até amanhã, que prefere manter o dinheiro no FGTS.
Apesar de uma ala do Parlamento, em Brasília, defender fortemente a redução salarial de servidores do país para garantir mais recursos públicos durante a pandemia do novo coronavírus, o ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstrou ser contrário a essa medida. Guedes, que sempre discursou favorável à austeridade para o funcionalismo, disse no último sábado, em conferência com a XP Investimentos, não ver sentido em cortar remunerações nesse momento.
NParlamentares defendem medida para garantir mais recursos ao combate do novo coronavírus
Para ele, o caminho é apenas congelar reajustes por dois ou três anos.
O titular da pasta ressaltou que, neste momento de crise, “não faz sentido macroeconomicamente”. E justificou que, diante do alto desemprego como consequência das medidas de prevenção à pandemia, mais cortes prejudicariam ainda mais a Economia.
“Já que o setor privado foi para o desemprego, foi para o auxílio emergencial, o funcionário público que está em casa, no isolamento, recebendo salário integral, então, pelo menos contribua com o Brasil. Quebra essa espiral de aumentos pelo menos dois, três anos”, afirmou Guedes.
As declarações do ministro vão ao encontro do que representantes do setor público já argumentam sempre que esse assunto volta ao debate. E na semana passada, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM -RJ), reacendeu esse assunto ao anunciar que o Congresso avançaria com essa proposta, incluindo a redução dos vencimentos de deputados e senadores.
As alegações dos parlamentares são de que há necessidade de destinar mais verbas para a Saúde e os trabalhos de enfrentamento e prevenção à disseminação da Covid-19.
Maia, porém, recuou depois de conversar com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Tofolli. O magistrado comunicou a integrantes da Frentas (Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público), que reúne 40 mil juízes e membros do Ministério Público em todo o país, de que o presidente da Câmara firmou compromisso do Parlamento em não levar essa ideia adiante.
Ainda assim, o corte seguiu sendo defendido por diversos parlamentares.