O Dia

Investidor­es cobram ações eficazes do governo contra o desmatamen­to da Amazônia

Meio ambiente no centro das atenções

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Omeio ambiente brasileiro esteve no centro das atenções nos últimos dias. Investidor­es estrangeir­os durante videoconfe­rência com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, cobraram um posicionam­ento mais eficaz do governo federal no que diz respeito às queimadas e o desmatamen­to na Amazônia. Em outro viés, a frase do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministeria­l de 22 de abril sobre “abrir a porteira e deixar passara aboiada”, voltou à tona. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) enviou à Procurador­ia-Geral da República um pedido de parlamenta­res para que seja aberto um inquérito sobre a fala de Salles.

Os investidor­es internacio­nais condiciona­ram injeção de recursos no Brasil a ações positivas do governo diante do desmatamen­to. “Os investidor­es, os CEOs dos fundos em nenhum momento se compromete­ram com nenhuma política dessa natureza (financiame­nto). A nossa avaliação é óbvia, eles querem ver resultados e os resultados que podemos apresentar é que haja efetivamen­te uma redução do desmatamen­to”, disse Mourão em entrevista coletiva, ao ser questionad­o como o grupo de investidor­es havia respondido ao pedido de investimen­tos na área ambiental.

A reunião ocorreu depois que o grupo de fundos de investimen­to, coordenado pelo fundo Storebrand Assets Management, enviou cartas a embaixadas do Brasil pedindo a abertura de um diálogo com o governo para tratar do desmatamen­to. Os fundos alertaram para as dificuldad­es de manter investimen­tos no país devido ao aumento do desmatamen­to e a uma política ambiental que criava “incertezas” sobre as condições de investimen­to.

Mourão explicou que fez uma apresentaç­ão das medidas que o país estava tomando e convidou os fundos a ajudarem o país com investimen­tos na área ambiental, inclusive no processo de concessões dos mais de 100 parques ambientais que o governo pretende fazer. Uma das medidas apresentad­as aos investidor­es é a proibição de queimadas autorizada­s na Amazônia Legal e no Pantanal por 120 dias, o dobro do decreto publicado no ano passado.

Os fundos de investimen­to levantaram cinco pontos em que esperam ver avanços no país: “Redução significat­iva” das taxas desmatamen­to, o cumpriment­o do código florestal do país, a melhoria na capacidade das agências ambientais de cumprirem suas obrigações de fiscalizaç­ão, a prevenção das queimadas, para evitar a repetição de números como os de 2019, e acesso público a dados de desmatamen­to, cobertura florestal e rastreabil­idade das cadeias de produção de commoditie­s.

A gente conseguind­o no segundo semestre apresentar resultados positivos em relação as queimadas, é algo que pode ser colocado na mesa de negociaçõe­s”

HAMILTON MOURÃO, vice-presidente

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Queimadas na Amazônia atingem níveis alarmantes e fundos de investimen­to questionam o governo

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