O Dia

A polícia não vencerá sozinha o roubo de carga

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O roubo de cargas é um problema nacional, mas, no Rio, acabou se tornando parte da

rotina diária.”

EDUARDO REBUZZI

Roubo de carga não é só um caso de polícia. O número, em 2019, no Rio de Janeiro, de acordo com o ISP, Instituto de Segurança Pública, foi 18,8% menor se comparado ao ano anterior. Um avanço. Mas pode melhorar. Levantamen­to feito pela NTC Logística aponta que, a cada hora, duas transporta­doras tiveram carga roubada nas rodovias brasileira­s no ano passado. “O roubo de cargas é um problema nacional, mas, no Rio, acabou se tornando parte da rotina diária, um crime raiz que não pode ser justificad­o como ‘saque social’, pois afasta investimen­tos, emprego e arrecadaçã­o de tributos, agravando cada vez mais o quadro econômico em nosso estado. Impossível superar apenas com a atuação policial, sem o apoio da legislação para prender os receptador­es e cancelar o CNPJ e o alvará dos comerciant­es que adquirem e vendem cargas roubadas ou oriundas da pirataria”, diz Eduardo Rebuzzi, presidente do Fetranscar­ga, Federação de Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro. O alvo dos roubos são, em ordem: produtos alimentíci­os, cigarros, eletroelet­rônicos, combustíve­is, produtos farmacêuti­cos, bebidas, autopeças e têxteis. O consumidor precisa rejeitar produtos roubados, mas há “empresário­s” que também adquirem cargas para tirar vantagem em concorrênc­ia desleal com a maioria honesta. Para Rebuzzi,”a sociedade civil tem que se organizar e contribuir, junto com as autoridade­s, para termos um plano de curto, médio e longo prazos em busca da recuperaçã­o do Estado de Direito”. Se a sociedade não fizer sua parte, os roubos continuarã­o, porque tem quem compre.

 ?? SEVERINO SILVA/AGÊNCIA O DIA ?? Ocorrência­s de roubo a carga no Estado do Rio são frequentes.
SEVERINO SILVA/AGÊNCIA O DIA Ocorrência­s de roubo a carga no Estado do Rio são frequentes.

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