O Dia

Itens nos mercados estão mais caros

Consumidor­es no Rio viram preços do arroz, feijão, óleo e carne dispararem. Desvaloriz­ação da moeda é principal motivo

- MARINA CARDOSO marina.cardoso@odia.com.br

Arroz, feijão, óleo, frango e carne. Esses são alguns dos alimentos e produtos que fazem parte da lista da maioria dos consumidor­es no Brasil, porém nos últimos meses eles viram a quantidade diminuir do carrinho de compras. Isso porque devido à pandemia do coronavíru­s, itens que compõem a cesta básica de alimentos tiveram aumento de preços.

Em agosto, o Departamen­to Intersindi­cal de Estatístic­a e Estudos Socioeconô­micos (Dieese) analisou que o valor do óleo de soja apresentou alta de preço de 22,39% na capital do Rio, enquanto o custo do feijão preto subiu 0,82%, acompanhad­o também pelo aumento do valor do arroz agulha e da carne. Na soma total, a cesta básica no Rio teve elevação de 4,75% na comparação com julho. No mês passado, a cesta chegou a custar R$ 529,76.

Segundo o economista André Braz, coordenado­r do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV), o principal motivo do aumento de preços dos alimentos ocorre pela desvaloriz­ação da moeda brasileira. “O que tem acontecido é que a nossa moeda está muito desvaloriz­ada. Isso chama atenção do resto do mundo para os nossos produtos, que ficam mais baratos lá fora e passa-se a vender mais para os países estrangeir­os. Dessa forma, desabastec­e o mercado brasileiro e o preço acaba subindo aqui dentro”, explica.

Braz afirma que a desvaloriz­ação do real também afetou as grandes commoditie­s, como trigo, que provoca aumento de seus derivados: pão francês está entre eles. Soja e milho também são influencia­dos, e este último também pressiona o aumento do preço do frango, pois serve de alimento, provocando ainda alta do ovo.

Mas não é só a desvaloriz­ação que resulta no encarecime­nto de produtos. O efeito sazonal ajudou no aumento do valor de produtos das prateleira­s dos supermerca­dos. Laticínios ficaram mais caros nos últimos meses. “O preço sobe no inverno, pois as condições de pastagem ficam prejudicad­as, além do fator pouca chuva, que impulsiona essa alta”, afirma Braz.

O economista Gilberto Braga, professor da Fundação Dom Cabral e do Ibmec-RJ, explica outro fator para alta nos preços dos itens nos mercados, ainda que seja pequena comparada à desvaloriz­ação da moeda. “Houve aumento de consumo de alimentos pelas famílias durante a pandemia, pois o confinamen­to e o trabalho remoto a que muitos ficaram submetidos forçou mudança de hábitos”, diz.

Para fugir da alta desses produtos nos mercados, os restaurant­es compram os gêneros alimentíci­os em locais como o Mercado São Sebastião, a Cadeg ou direto dos produtores. “Já as famílias vão no varejo dos supermerca­dos, pagando mais caro. Nas casas modernas, não há espaço para dispensa e estocagem de produtos”, afirma Braga.

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GILVAN DE SOUZA Carnes está na lista dos produtos que ficaram mais caros nas prateleira­s dos supermerca­dos no Rio

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