Era Barroca: nova cartada para salvar o Alvinegro
Ramón Díaz é demitido sem estrear e Glorioso terá o quarto técnico no Brasileiro
Há coisas que só acontecem ao Botafogo. Em meio ao caos administrativo, financeiro e técnico, o mantra alvinegro nunca foi tão atual. Penúltimo colocado no Brasileiro, o Botafogo anunciou ontem Eduardo Barroca como o quarto técnico em 22 rodadas na competição. Demitido antes mesmo da estreia à frente do Glorioso, o argentino Ramón Díaz, que se recupera de uma cirurgia para a retirada de um nódulo da garganta, deu as caras, via redes sociais, mas evitou o embate com a cúpula alvinegra.
“Esta é uma mensagem para todos que me seguem e que se preocupam comigo. Quero que vocês saibam que a operação foi um êxito e que minha alta será no dia 7 de dezembro. Mando mensagem também para todos no Botafogo, jogadores e ambiente futebolístico. As coisas não saíram como queríamos, a verdade é que é um futebol que gosto e não perco a esperança de um dia poder dirigir um clube no Brasil”, disse Ramón Díaz no vídeo publicado no Twitter.
À beira do precipício, o Botafogo tem pela frente uma difícil missão para evitar seu terceiro rebaixamento. Paulo Autuori, Bruno Lazaroni e Ramón Díaz, representado pelo filho e auxiliar, Emiliano, nos três últimos jogos não tiveram êxito para administrar a pressão, da torcida e política, e aumentar a competitividade do Alvinegro, ‘rei’ dos empates no Brasileiro: 11 em 22 rodadas. Com 81% de risco de queda à Série B, Barroca terá uma inglória sequência contra Flamengo, Internacional e São Paulo, todos no G-4.
O ditado diz que a pressa é inimiga da perfeição. Com a corda cada vez mais apertada no pescoço, a diretoria, ciente da cirurgia de Díaz, decidiu dispensar o argentino. Demitido há pouco mais de um ano pelo próprio Botafogo, Barroca é mais uma e, talvez, última e desesperada decisão da diretoria para salvar a equipe.