PAES ELEITO
O Rio está livre do pior governo da sua história. Do governo mais omisso, mais despreparado, mais preconceituoso. Eu quero dizer a todos os cariocas, independente da sua fé, orientação e cor da pele, que hoje vocês estão livres”
Com votação expressiva, Eduardo Paes (DEM), de 51 anos, foi eleito ontem prefeito do Rio de Janeiro para os próximos quatro anos. Com 1.629.319 dos votos válidos (64,07%), o candidato derrotou neste segundo turno Marcelo Crivella (Republicanos), que recebeu 913.700 (35,93%) na busca pela reeleição. Paes, que ganhou do rival em todas as zonas eleitorais da cidade, assumirá a prefeitura pela terceira vez, a partir de 2021, e ficará no cargo até 2024. Seu vice será Nilton Caldeira (PL).
Logo após ser anunciado prefeito eleito, Paes deu uma entrevista coletiva em que agradeceu aos cariocas e celebrou o que chama de “vitória da política”.
“Nós passamos os últimos anos radicalizando a política brasileira. O resultado desse radicalismo certamente não fez bem a nenhum de nós cariocas, não fez bem a nenhum de nós brasileiros (...) O Rio está livre do pior governo da sua história. Do governo mais omisso, mais despreparado, mais preconceituoso. Eu quero dizer a todos os cariocas, independente da sua fé, orientação e cor da pele, que hoje vocês estão livres”, disse o prefeito eleito.
Questionado sobre a falta de leitos de UTI para o coronavírus, Paes afirmou que buscará o governo federal, Bolsonaro e o ministro da Saúde para reabrir pelo menos 100 leitos no Hospital de Acari. “O Hospital de Acari pode servir como referência para a covid. O mais importante agora é o papel terapêutico, além de mantermos as medidas de distanciamento e utilização de máscara. O ideal é disponibilizar uma rede de saúde que possa atender a população na hora que ela adoecer, para que a gente evite mortes”.
Sobre suas primeiras medidas como prefeito, o democrata disse que começará os trabalhos já nesta segunda-feira. “Vamos deixar essas medidas pra amanhã. Não há dúvidas de que é um tempo mais exíguo. Espero contar com o apoio e gentileza do prefeito Marcelo Crivella. Não tenho dúvida que o primeiro desafio está na saúde, na pandemia”.
Por fim, o prefeito eleito afirmou que, nos próximos quatro anos, dará o sangue para que haja confiança na política de novo. “Queria deixar uma mensagem para todos os cariocas e dizer que eles terão um prefeito que vai dar o sangue e lutar muito. Aqui tem uma pessoa mais experiente do que aquela que ganhou as eleições aos 38 anos de idade em 2008 e que durante dois mandatos teve a honra e orgulho de ser prefeito do Rio”.
CONFIANÇA NA VITÓRIA
Paes chegou para votar por volta das 10h15 no Gávea Golfe Clube, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. Acompanhado da mulher, Cristine, de 41 anos, e dos dois filhos, Bernardo, 16, e Isabela, 15, o candidato votou com tranquilidade e já se mostrava confiante na vitória. “Estamos animados com as pesquisas, confiantes, mas queremos respeitar o sagrado direito do eleitor”, disse.
Na última sexta-feira, em debate na TV Globo, Paes confirmara o primeiro nome para seu futuro governo: o ex-secretário Daniel Soranz para assumir novamente a Secretaria Municipal de Saúde.
Eleito em 2008 e reeleito em 2012, o prefeito eleito terá o desafio de recuperar a cidade que sofre com vários problemas na saúde, no transporte, nas finanças, além de enfrentar a pandemia. Desta vez, o cenário não é tão favorável como nas outras duas gestões, com menos dinheiro no caixa a partir de 2021.
Durante a campanha, Paes apresentou um plano para os primeiros 100 dias de gestão, com 25 medidas a serem tomadas e que são consideradas prioritárias. Entre elas, recontratar médicos e fazer o abastecimento de medicamentos para as Clínicas da Família, além de prepará-las para a campanha de vacinação contra a covid-19; iniciar o programa Conect@ ados que ajudará os estudantes da rede municipal a ter aulas pela internet; revisão do IPTU e um plano de reestruturação do BRT.
Queria deixar uma mensagem para todos os cariocas e dizer que eles terão um prefeito que vai dar o sangue e lutar muito
EDUARDO PAES, prefeito eleito do Rio
O Hospital de Acari pode servir como referência para a covid. O mais importante agora é o papel terapêutico, além das medidas de distanciamento e do uso de máscara
EDUARDO PAES, prefeito eleito do Rio