TIROTEIO NO MORRO DA SERRINHA MATA UMA JOVEM DE 23 ANOS
Liliane foi atingida na barriga dentro de casa. Confronto deixou duas pessoas feridas
Um tiroteio entre policiais do 9ºBPM (Rocha Miranda) e criminosos da comunidade da Serrinha, em Madureira, na Zona Norte, deixou uma gestante morta e duas pessoas feridas no sábado à tarde. Liliane Rodrigues, de 23 anos, foi atingida na barriga dentro de casa. Ela chegou a ser levada à UPA Irajá, mas não resistiu. O enterro ocorreu ontem, no cemitério de Irajá.
Os feridos, Daiane Queiroz, 23 anos, e Pietro Alvez, 27, deram entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas. Até o fechamento desta edição, não havia informações sobre o estado de saúde das vítimas. As ocorrências foram encaminhadas à Delegacia de Homicídios (DH) e 29ª DP (Madureira).
Durante o sepultamento, o clima era de tristeza e revolta. Emocionado, o pai de Liliane, Iranildo Rodrigues, falou sobre a polícia entrar atirando na comunidade: “Não podia subir em morro e está subindo. Nem todo mundo é bandido, é injustiça chegar atirando sem ordem de ninguém”.
Josenilda Reis, mãe da vítima, precisou ser amparada. “Hoje é minha mãe que chora, amanhã pode ser outra. Queremos justiça”, declarou a irmã de Liliane, Adriele Rodrigues.
Amigos da gestante afirmaram ainda que os PMs não prestaram socorro à vítima. Assistente social e presidente da Associação de Moradores do Complexo da Serrinha, Elaine Casemiro contou ao DIA como aconteceu o socorro: os próprios moradores carregaram a vítima com um lençol.
“Ela foi atingida no quarto e caiu em cima da cama. A irmã a viu caída, pediu ajuda aos PMs e eles não socorreram. Os próprios moradores desceram com ela com o corpo em um lençol”, relatou. Segundo Elaine, os PMs disseram a Adriele que ninguém ia entrar na casa: “Se ela fosse socorrida logo daria tempo de sobreviver”.
A PM informou apenas que “equipes do 9º BPM foram atacadas por criminosos do alto da Serrinha, quando estavam em patrulhamento pela Av. Ministro Edgar Romero. Após a ação, os policiais foram informados da entrada de uma mulher ferida na UPA Irajá”.