O Dia

PRIMEIRA VACINADA DO PAÍS É VÍTIMA DE RACISMO

Após receber imunizante, Mônica foi hostilizad­a nas redes sociais

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Mônica Calazans, a enfermeira de São Paulo, que ficou conhecida por ser a primeira pessoa vacinada contra a covid-19 no Brasil, relatou, em entrevista a um programa de TV que desde que ganhou destaque na mídia foi vítima de ataques racistas nas redes sociais.

“Me atacaram sem me conhecer. Uma pessoa disse que se os macacos continuare­m a ser vacinados, não vai sobrar vacina para os humanos”, afirmou a profission­al de saúde.

A enfermeira, de 54 anos, recebeu a primeira dose da vacina Coronavac, do Instituto Butantan, no dia 17 de janeiro. Mônica é negra, moradora de Itaquera (Zona

Leste) e com perfil de alto risco para complicaçõ­es da covid-19. Ela é obesa, hipertensa e diabética.

“Eu sou mulher negra, brasileira, enfermeira e a primeira pessoa vacinada no país. Espero que o país acredite na vacina. Vamos pensar nas vítimas que perdemos, quantos pais, irmãos. Era isso que a gente estava precisando, para

Chile está atrás apenas de Israel (49%), Reino Unido (25%), Bahrein (16%) e EUA (14%)

voltar a vida normal, dar um abraço e aperto de mão. Povo brasileiro, não tenha medo. É a grande chance que temos de salvar vidas”, declarou na ocasião da vacinação.

Ela recebeu a segunda dose no dia 12 de fevereiro. “Quero deixar clara a minha emoção de estar sendo imunizada pela segunda vez. Mas isso não me dá o direito de sair na rua sem máscara, sem álcool em gel. Vou continuar junto com todos os brasileiro­s usando máscara até que todos estejam imunizados”, disse a enfermeira.

NO CHILE

O Chile garantiu doses suficiente­s para vacinar duas vezes sua população e é o único país da América do Sul com 14% de seus habitantes vacinados até meados de fevereiro. O país foi o primeiro da região a começar a imunização em massa. Em 21 dias, mais de 3 milhões de habitantes haviam recebido a vacina - ao menos a primeira dose -, ou 15,6 de cada 100 chilenos receberam o imunizante, segundo dados do Our World in Data, da Universida­de Oxford. O país está atrás apenas de Israel (49%), Reino Unido (25%), Bahrein (16%) e EUA (14%).

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DIVULGAÇÃO/GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Mônica recebeu a primeira dose da Coronavac em janeiro

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