O Dia

VOU PROCURAR TERAPIA

- TÁBATA UCHOA tabata.uchoa@odia.com.br

Eliminada com recorde de votos, Karol Conká diz que não é Carminha ou Nazaré, vilãs de novelas.

Não é à toa que a 21ª edição do ‘Big Brother Brasil’ foi intitulada de ‘Big dos Bigs’: vários recordes estão sendo batidos no programa. O último deles foi o recorde histórico de rejeição em um paredão, conquistad­o pela rapper curitibana Karol Conká, de 35 anos, que deixou o reality show com impression­antes 99,17% dos votos. Seus adversário­s, Gilberto e Arthur, tiveram, respectiva­mente, 0,29% e 0,54% dos votos.

Karol aceitou a proposta de entrar no ‘BBB 21’ para viver novas experiênci­as, mas afirma que sua “animosidad­e” atrapalhou a convivênci­a com os participan­tes. “Acho que eu comecei bem, mas logo depois me perdi no jogo. Acabei me irritando facilmente, entendendo coisas de maneira errada e entrando na personagem de vilã. E saí batendo recorde. Essa personagem da vilã veio com a tristeza de estar fora do controle. A sensação que eu tinha era a de que eu estava ficando amarga a cada dia e me distancian­do de quem eu realmente sou aqui fora. Fui ficando triste e me sentia confortáve­l em praguejar”, explica.

“Cheguei a falar que queria sair, porque eu estava me distancian­do de mim mesma. Mas percebi o quanto foi importante essa experiênci­a para eu me conhecer. Só que quando falo ‘para eu me conhecer’ é um pouco estranho porque eu realmente não sou desse jeito. Foi ‘me conhecer dentro desse jogo’, aqui fora eu não sou assim. Se fosse, não teria chegado onde cheguei, e nem no BBB”, garante.

Mas nem tudo foi perdido, Karol também acredita que teve acertos. “Meu maior acerto foi ser sincera, falar para as pessoas todas as coisas positivas que eu estava pensando e tinha para dizer. E os looks também (risos)! Meu maior erro foi ter mergulhado na tristeza de não poder estar no controle da minha vida. Eu conseguia controlar as lágrimas, mas o resto não controlava, não”.

Apesar de seu temperamen­to forte, a rapper fez amizades no reality show e muitos participan­tes a colocaram no pódio, como uma das finalistas. “Convivendo, as pessoas podiam me sentir melhor e tinham um carinho por mim. Havia muita gente ali que me achava forte e querida. Acho que esse pódio mostra para o público que eu não sou tão vilã assim”, pontua a cantora, que se sentiu incluída no reality show.

“O meu momento mais especial foi sentir afinidade por um número de pessoas que eu não esperava. Achei que me sentiria muito deslocada, então foi muito legal encontrar pessoas que pensavam como eu. Me diverti muito. Fora as festas! Se tivesse festa dia sim, dia não, talvez a Carminha e a Nazaré não tivessem nascido em mim”, brinca a cantora, fazendo referência às vilãs de ‘Avenida Brasil’ e ‘Senhora do Destino’.

VILANIA

Karol acha que a visão do público sobre sua vilania pode estar equivocada. “Acho que é uma visão exagerada, mas eu super entendo. Se o público estivesse lá dentro, ia apenas achar que eu estava com um problema de animosidad­e, não que eu sou uma vilã real. Mas houve momentos em que eu brinquei de ser vilã com o Nego Di. Acho que não teria muita graça um programa inteiro com todo mundo só sendo fofinho. Então, acabei me deixando levar”, explica.

A rapper esteve no centro das principais confusões do programa e afirma que isso pode tê-la prejudicad­o. “Senti, em determinad­o momento, que eu estava sendo uma perturbaçã­o na casa, e por isso falei que precisava ir embora. Eu sou muito intensa. A última vez que me reuni em uma casa com várias pessoas foi aos 16 anos, com amigos. Eu já recusei vários convites de amigos próximos para ir para a praia, viajar, porque eu não gosto muito de bagunça, tenho pavor de sujeira. Isso foi me deixando meio ‘lelé’ no ‘BBB’. Eu limpava tudo todo dia, ficava focada naquilo. Imaginei que isso poderia me causar problemas, mas não imaginei que seria nessa proporção”.

ROMANCE

Karol entrou no reality show dizendo que não queria se envolver com ninguém, mas acabou tendo um conturbado romance com Arcrebiano, o Bil. Agora que está fora da casa, a rapper garante que não pretende levar o envolvimen­to adiante.

“Foi mais um sinal de loucura. Ele vinha falar comigo, os amigos em volta incentivan­do, o Nego Di com aquele jeito dele loucão dizendo ‘Vai, te permite’. E eu também pensei: ‘É, se eu me permitir assim, vou ficar mais leve’. Mas não foi o que aconteceu. E fiquem calmos que eu não tenho intenção nenhuma com o Bil”, garante.

A cantora diz que pretende manter contato com algumas pessoas com as quais conviveu no reality show. Até mesmo participan­tes que estavam no grupo oposto ao da rapper, como Juliette e Gil, têm o carinho de Karol.

TORCIDA

VIDA QUE SEGUE

APRENDIZAD­O

A experiênci­a de participar de um reality show com tanta exposição deixou vários aprendizad­os para a rapper. “Tem tantos... Mas o maior foi não deixar a animosidad­e me desequilib­rar. Vou procurar a terapeuta, inclusive”, revela Karol, que se pudesse ter feito algo diferente, teria se preparado melhor para o desafio. “Eu teria me preparado melhor para entrar no ‘BBB’. Deveria ter aprendido a lidar melhor com meus demônios, porque lá dentro teve muito gatilho que despertava coisas em mim que ninguém tem culpa”.

Agora que está fora do páreo pelo prêmio de R$ 1,5 milhão, Karol torce por Gilberto. “A minha torcida sempre foi para o Gil. Eu acho ele a cara do ‘BBB’! Todas as vezes que ele se sentia mal, eu ia dar apoio. Quando ele foi ao paredão junto com a Juliette, eu fui a pessoa que ficou com eles na piscina, cantando Lady Gaga, porque eu tinha certeza de que eles não iriam sair. Fiquei muito feliz de ter conhecido o Gil”.

Mas o que acontece no ‘BBB’ fica no ‘BBB’. Karol agora vai trabalhar no lançamento de seu novo álbum e reforça que não é vilã também na vida real. “Vou trabalhar no meu novo álbum e procurar uma terapia (risos)! Mas é importante frisar que dentro daquela casa as coisas se maximizam, é outro rolê. Então, mais uma vez, digo que seria impossível eu chegar onde cheguei se eu fosse essa pessoa que fui no ‘BBB’ a vida inteira”.

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