Especializada vê indícios de ação da milícia na distribuição dos aparelhos
O delegado da DRFC, Vinícius Domingos, avalia que há indícios de que a milícia participe da distribuição dos aparelhos. “Encontramos lojas que comercializavam esses produtos em bairros em que há controle de grupos milicianos. O que nos leva a crer que haja participação na distribuição”, afirmou. Grande parte dos aparelhos foram destinados a áreas dominadas pelas milícias e revendidos a moradores das regiões de Campo Grande, Sepetiba, Paciência, Itaguaí, Curicica, Tanque e Rio das Pedras, na Zona Oeste.
Carminha foi conduzida porque seu celular não foi encontrado pela polícia, incialmente. Os agentes estiveram na casa da ex-vereadora, em um condomínio de luxo de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, na manhã de ontem. A vereadora foi encontrada na casa da vizinha. “A minha irmã me ligou dizendo que tinha uma busca e apreensão e fui levar minha filha na casa da vizinha. Eu vim voluntariamente (depor)”, disse ao chegar para prestar depoimento. Segundo ela, os aparelhos foram para presentear o pai, Jerônimo Guimarães, condenado por ser um dos fundadores da milícia Liga da Justiça, e o tio Natalino.
Ao encontrar a sobrinha na Cidade da Polícia, Natalino José Guimarães disse que sua família sofre perseguição por parte da imprensa e que sofreu um processo falho na Justiça. “Só acho que há uma perseguição da imprensa em denegrir a nossa família. Assim como fui preso injustamente, eu fui absolvido de todos os crimes. Não roubamos nada da população. Não entendo a imprensa que não gosta da gente. Nossa prisão foi política. Eu sou um chefe de família, trabalhador. Essa perseguição continua”, disse.
A vereadora reconheceu que comprou dois aparelhos em uma loja de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, mas disse que pagou valor de mercado. “A gente não tem que questionar o trabalho da polícia. Eu comprei de fato dois celulares numa loja. Tá tudo direitinho no extrato, no cartão parcelado”, disse na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio. Segundo as investigações, Carminha Jerominho adquiriu dois dos aparelhos celulares roubados.
A Polícia Civil afirma que a operação tem o objetivo de combater o delito de receptação.