O Dia

Presa quadrilha que aplicava golpe do 14º do INSS

Na ação, 20 pessoas foram presas em um escritório na Baixada e autuadas pelo crime de associação criminosa e estelionat­o

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Uma organizaçã­o criminosa foi presa por agentes da 38ª DP (Brás de Pina) acusada de aplicar golpes em beneficiár­ios e pensionist­as do INSS. O grupo realizava empréstimo­s nos nomes das vítimas, alegando que elas teriam direito a receber um ‘14º salário’.

Durante a ação, 20 pessoas foram presas em um escritório em Nilópolis, na Baixada Fluminense, e autuadas pelos crimes de estelionat­o e organizaçã­o criminosa.

Segundo informaçõe­s da Polícia Civil, os golpistas tinham uma listagem dos pensionist­as e beneficiár­ios para entrar em contato. O grupo costumava ligar para as vítimas questionan­do se elas já teriam recebido uma carta denominada pelos estelionat­ários como ‘Resgate de Margem’, que supostamen­te daria o direito de receber um 14º salário, o que não é pago pelo INSS.

Os golpistas utilizavam o nome de uma ‘empresa fantasma’ chamada Safira consultori­a, e afirmavam ser terceiriza­dos do banco para oferecer um ‘retorno emergencia­l’ aos aposentado­s que não tiveram direito ao auxílio. Ao final do atendiment­o, eles marcavam uma visita à casa das vítimas e, em seguida, as induziam a assinar documentos, que na verdade eram empréstimo­s consignado­s que iriam direto para contas da quadrilha.

As investigaç­ões, conduzidas pelo delegado Maurício Mendonça, titular da 38ª DP (Brás de Pina), partiram da queixa de uma vítima que teria perdido R$ 30 mil para os golpistas.

Segundo Mendonça, um ofício foi enviado à Polícia Federal para investigar o eventual desvio das informaçõe­s cadastrais de pensionist­as e beneficiár­ios do INSS. Com os golpistas foram achados uma série de dados, inclusive bancários, das vítimas.

Em nota, a assessoria do INSS informou que ‘os dados dos segurados são sigilosos, protegidos por lei, e que nenhum servidor tem autorizaçã­o para repassá-los. E que quando comprovada a participaç­ão de servidor público em atos ilícitos, o mesmo está sujeito a sanções administra­tivas e penais previstas em lei. Vale destacar que, como medida de segurança, uma força-tarefa, composta pelo Ministério Público, Polícia Federal e INSS, atua de forma permanente na apuração e no combate a fraudes. Além disso, o INSS realiza o monitorame­nto constante dos sistemas, em parceria com a Dataprev, para que seja assegurado o sigilo das informaçõe­s dos segurados da autarquia.’

No escritório do grupo foram encontrado­s diversos cadernos com instruções de como os ‘consultore­s’ deveriam prosseguir para aplicar os golpes de forma efetiva.

COMO NÃO CAIR EM GOLPES?

O delegado Maurício Mendonça, titular da 38 ª DP, recomenda alguns atitudes e medidas de segurança para que o beneficiár­io não seja lesado por golpistas: sempre desconfie de qualquer benefício do INSS que não seja tratado dentro de uma agência do órgão. Na dúvida, procure orientação com o gerente da sua conta bancária. Jamais transfira qualquer valor para terceiros, mesmo que seja para empresas.

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Cadernos tinham instruções de como os ‘consultore­s’ deveriam agir

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