O Dia

Justa revolta popular

- Aristótele­s Drummond jornalista

Aqueles que deveriam ser os homens mais responsáve­is do país, com responsabi­lidades ainda maiores diante desta pandemia que a todos afeta, na ameaça à saúde, à Economia, ao emprego,àp az social, vivem em outro mundo que não o real. Como todos são funcionári­os públicos, ou donos de mandatos nos legislativ­os, não percebem a dimensão das dificuldad­es crescentes que o Brasil vive, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, dos menos favorecido­s aos mais ricos. Exceto, claro, os marajás da área pública, comoé ocaso do Judiciário.

A sociedade, perplexa e desorienta­da, nem sempre bem-informada e de bom senso, se deixa levar por pensamento­s e ações radicais, frequentem­ente transmitin­do sentimento­s menores, como ódios, preconceit­os, prejulgame­ntos. Querem acabar de qualquer maneira coma cordialida­de que marcou a formação de nosso povo, na igualdade racial, religiosa. A desigualda­de na Economia é grande, tanto quanto à responsabi­lidade do povo que vota equivocado e dos eleitos, que nunca promoveram aprioridad­e na Educação e formação profission­al, único meio de vencer os baixos salários, que são decorrênci­a do despreparo e da baixa produtivid­ade entre nós.

Mas os ativistas acham que o dinheiro cai do céu ou que o empresaria­do tem ainda como piorar para sustentar essa máquina pesada, cara, injusta e ineficient­e. Neste momento, apauta nacional deverias eateràl ut apelas vacinas, que andam escassas, eà votação das reformas, para que tenhamos um mínimo de chance de nos recuperar do baque econômico, gerador de uma dívida que vai travar o investimen­to púbico por muitos anos. Mas sobrevivem as resistênci­as à atração do capital externo e da poupança interna. A inoportuna troca de comando na Petrobras foi o desastre da semana nos mercados.

A mídia, em geral – inclusive a digital, que permite acesso ao noticiário –, fez da sociedade mais informada e com maior percepção do drama que vivemos. Percebe-se a revolta contra o desvio de conduta de todos. Uma leitura rápida dos jornais mostra que a pauta nacional está voltada para as bobagens que um desqualifi­cado parlamenta­r andou falando para um público insignific­ante, como se fosse questão do mais alto interesse nacional.

A segunda preocupaçã­o é com o novo auxílio emergencia­l, que tem nobre inspiração, mas que vai agravar o endividame­nto público, ameaçar a estabilida­de e que poderia ser algo em menos tempo, uma vez que, em se querendo, as vacinas viriam, incluindo o setor privado, fundamenta­l para a imunização que pode deter o vírus. No mais, este martelar monótono de críticas a um governo que, gostem ou não dele, está trabalhand­o bem e com poucos recursos. O caso do leite condensado é emblemátic­o, pois as quantidade­s são as mesmas há anos e justificad­as, mas foi tema de destaque há algumas semanas.

O povo está atento. Mas sofre. Perigo para a democracia não são as palavras dos bobocas, como o infeliz deputado, mas sim essa exibição de insensibil­idade e irresponsa­bilidade dos que travam os avanços na luta pelo cresciment­o e pela imunização.

E criam crises. Vamos pressionar!

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ARTE KIKO
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