Apenas quatro mortos eram alvo da operação
Relatório da polícia mostra ainda que, entre as 27 vítimas, 12 tinham anotações por tráfico e três não possuíam ficha criminal.
Um relatório formulado pela Inteligência da Polícia Civil no domingo (9), ao qual O DIA teve acesso, relaciona os nomes dos mortos na Operação Exceptios na Favela do Jacarezinho, na última quinta-feira (6), com os respectivos antecedentes criminais. Dos 27 mortos durante a ação policial na comunidade da Zona Norte, a mais letal da história do Rio, três não tinham passagem pela polícia. Doze não possuíam anotações por tráfico, mas por outros crimes.
Apenas quatro mortos estavam entre os 23 indiciados no inquérito policial que motivou a operação: Richard Gabriel da Silva Ferreira, o “Kako”; Rômulo Oliveira Lucio, o “Romulunzin”; Isaac Pinheiro de Oliveira, o “Perturbado”; e Maurício Ferreira da Silva, o “Magneto”.
Entre os mortos, três não tinham anotações criminais. Diogo Barbosa Gomes, chegou a ser notificado em um procedimento por desacato a policiais em 2014 e 2015. Já Natan Oliveira de Almeida não tinha nenhuma passagem pela polícia.
Em depoimento, um familiar disse que descobriu que Natan estaria trabalhando para o tráfico do Jacarezinho havia três meses. Já Caio da Silva Figueiredo, 17 anos, era da cidade de Paracambi, na Região Metropolitana, e não possuía antecedentes. Em outro depoimento, um de seus familiares informou que ele era usuário de drogas e havia se mudado para a comunidade há poucos meses.
Outros 12 mortos tinham passagens por outros crimes, como furto a transeunte, roubo, uso de entorpecente, porte ilegal de armas e ameaça. Um dos mortos possuía o registro de uma passagem por tráfico quando adolescente: Raí Barreiros de Araujo.
As investigações desta operação foram iniciadas a partir da apreensão de fotografias de traficantes por policiais da UPP do Jacarezinho, indica o documento. Na sequência, foram analisados diversos perfis das redes sociais Twitter, Facebook e Instagram, associadas ao tráfico de drogas.
Entre os mortos na operação, está o policial civil André Leonardo de Mello Frias, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). Ele foi enterrado no Jardim da Saudade, em Sulacap, sexta-feira (7).