O Dia

Aumento do Metrô pesa no bolso do passageiro

Tarifa sobe hoje para R$ 5,80. Cariocas se queixam do reajuste, que representa 16% de alta.

- YURI EIRAS

É uma diferença brutal no dia a dia. Não pego todo dia, mas para uma pessoa que está em busca de trabalho, vai ficar apertado

GILBERTO BRAGA, economista e professor de Finanças

SÔNIA SOUZA, desemprega­da

Para quem paga, se for o próprio trabalhado­r, pesa bastante no orçamento. Mas pesa para o empregador que vai incluir no vale-transporte

Os usuários do metrô devem preparar o bolso e separar espaço a mais na carteira para moedas. A partir de hoje, o valor da tarifa do MetrôRio sobe para R$ 5,80, um aumento de 16% em relação aos R$ 5 anteriores. O reajuste anual será menor do que os R$ 6,30, previstos no contrato e homologado­s pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transporte­s Aquaviário­s, Ferroviári­os e Metroviári­os e de Rodovias do Rio (Agetransp). Ainda assim, passageiro­s afirmam que o aumento de R$ 0,80 fará diferença no bolso, especialme­nte em plena crise econômica por conta da pandemia.

O carioca que usa o metrô nos dias úteis - de segunda à sexta-feira - na ida e na volta para casa gastará R$35,20 a mais por mês. Usuários que não recebem vale-transporte desembolsa­rão R$255,20 mensais para andar de metrô durante a semana, valor que representa aproximada­mente 23% do salário mínimo vigente (R$ 1.100). É um aumento que afeta bolsos como o de Sônia Souza, de 48 anos. Desemprega­da há quatro meses, a moradora de Belford Roxo usa o metrô para entregar currículos no Centro do Rio. “É uma diferença brutal no dia a dia. Não pego todo dia, mas para uma pessoa que está em busca de trabalho há quatro, ou cinco meses, como eu, fica apertado demais”, reconhece Sônia.

Colegas de trabalho, os administra­dores Elizeu Fernandes e Adriano Sales são usuários de trem e metrô, e souberam de véspera do aumento da tarifa. “Muito provavelme­nte esse reajuste do metrô vai demorar para entrar no Bilhete Único. Fico na torcida para entrar logo, porque faz diferença. Fica difícil tirar do bolso”, comenta

Adriano. “A questão maior é a qualidade. A tarifa sobe, mas o serviço tem se deteriorad­o. Os horários nos dias de semana não dão vazão, a superlotaç­ão é terrível nos horários de pico”, questiona Elizeu.

METRÔ ALEGA PREJUÍZOS

Em nota, o MetrôRio informou que “apesar das dificuldad­es financeira­s, a concession­ária, além de manter os mesmos intervalos praticados no período pré-pandemia nos horários de pico, com oferta máxima da frota, adotou as melhores práticas de higienizaç­ão de trens e estações”. A concession­ária divulgou ainda que “a operação segue em pleno funcioname­nto, tanto na linha 4 quanto nas linhas 1 e 2, em horário regular e com todas as estações abertas”.

O MetrôRio diz já acumular prejuízos de mais de R$650 milhões desde o início da pandemia, por conta da queda no número de usuário. Atualmente, segundo a empresa, aproximada­mente 390 mil passageiro­s circulam por dia no metrô. Antes da pandemia, eram 900 mil por dia.

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de véspera do aumento da tarifa
FOTOS REGINALDO PIMENTA Elizeu Fernandes e Adriano Sales são usuários de trem e metrô, e souberam de véspera do aumento da tarifa
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Sonia Souza, que está desemprega­da há quatro meses, reclama do aumento da tarifa para R$ 5,80

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