O Dia

A Selic subiu! O que muda na sua vida?

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EMyrian Lund economista e professora dos MBAs da FGV

m primeiro lugar, o que é taxa Selic? Em todos os países o Banco Central define a taxa referência para a sua Economia. No Brasil, essa taxa se chama Selic. O Banco Central do Brasil se reúne a cada 45 dias e define, de forma independen­te, a Selic meta, visando manter a inflação sob controle. No momento a taxa Selic Meta está a 3,5% ao ano.

O que isso importa na sua vida? Essa taxa referência é a base das aplicações financeira­s e dos empréstimo­s e financiame­ntos bancários. Por exemplo, a poupança rende 70% da Selic meta. Neste momento a caderneta está rendendo 2,45% ao ano (ou seja, 0,2019% ao mês). Toda vez que a Taxa Selic sobe, suas aplicações financeira­s vão render mais.

Assim, empréstimo­s ficam mais caros. No Brasil, os empréstimo­s livres (sem garantia) são caríssimos. A taxa da Economia está 3,5% ao ano e os bancos cobram mais de 3,5% ao mês (como é juro composto, mais de 51,11% ao anos)

Qual a tendência dessa taxa? A expectativ­a é de a taxa Selic chegar ao final do ano a 5,5% ao ano, conforme a média da expectativ­a de mercado, divulgada no Relatório Focus da última segunda-feira pelo Banco Central. Este aumento é necessário para segurar a inflação que, neste momento, está em 6,76% nos últimos 12 meses, sacrifican­do a qualidade de vida do brasileiro com o aumento de preços nos diferentes setores da Economia, principalm­ente nos alimentos.

Como posso me proteger se preciso pegar empréstimo?

1.Evitar, ao máximo, o uso do cheque especial. Cancele o cheque especial ou deixe um valor bem baixo, somente para emergência­s. O cheque especial tem, em geral, uma taxa de 8% ao mês (151,82% ao ano). Se utilizar frequentem­ente, em breve direcionar­á todo o seu salário para pagar juros.

2.Cuidado com o cartão de crédito. O cartão não é o vilão, mas a taxa, para quem não paga a fatura integral, causará um estrago de longo prazo na sua vida. E o parcelamen­to que banco oferece é de, no mínimo, 5% ao mês (79,59% ao ano).

3.Não existe dinheiro fácil no mercado financeiro. Portanto, crédito pré-aprovado no aplicativo, ou créditos que são oferecidos nos terminais eletrônico­s, sempre têm uma taxa elevada. Evite!

4.Se realmente precisa fazer um empréstimo, procure o banco com uma semana de antecedênc­ia e solicite ao seu gerente uma linha de crédito e pergunte o que ele tem de mais barato. Se você sempre cumpriu com suas obrigações, não tem nome no Serasa, é possível pegar um empréstimo abaixo de 3,5% ao mês (de preferênci­a próximo a 2% ao mês). Mas sua operação precisará de aprovação especial do comitê de crédito e a resposta final pode levar até uma semana. Organize-se para negociar.

5.Cuidado com empréstimo­s consignado­s, pois muitas vezes são um tiro no pé, pois a atração pela taxa mais baixa, pode levar você a pegar o dinheiro sem fazer um planejamen­to para os próximos meses e, então, faltar dinheiro para pagar contas essenciais.

6.Cuidado com empréstimo­s com garantia de imóvel. Têm uma taxa mais baixa, mas verifique se conseguirá pagar a prestação nos próximos meses, para não correr o risco de perder a sua casa.

Que banco escolher para fazer o empréstimo? Tem diferença entre eles? Hoje o mercado de Instituiçõ­es Financeira­s que oferece crédito cresce sem parar. Além dos grandes bancos, toda cidade tem uma Cooperativ­a de Crédito, que considero uma alternativ­a excelente. São fiscalizad­as pelo Banco Central do Brasil, têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito Cooperativ­o até R$ 250 mil para conta corrente, poupança e aplicações em Recibo de Depósito Cooperativ­o. E lá você é sócio e cliente ao mesmo tempo. A cooperativ­a de crédito não visa lucro, o que permite a aplicação de taxas de empréstimo mais em conta para os associados.

Além disso, temos os bancos digitais e as fintechs de crédito também oferecem alternativ­as, mas a pesquisa deve ser feita pela internet.

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