CARIOCA CAUTELOSO COM NOVO CALENDÁRIO
População não demonstra muito otimismo com a intenção da Prefeitura do Rio de vacinar todas as pessoas acima de 18 anos até outubro.
Se a prefeitura mantiver a previsão, será importante. Mas não podemos afrouxar nos cuidados CHRYSTINA BARROS, pesq da UFRJ
Sem otimismo nem pessimismo. Foi assim que a população carioca recebeu, com cautela, o anúncio de vacinação em massa feito pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes. Ele divulgou calendário até o mês de outubro com o plano de imunizar todos os adultos entre 59 e 18 anos. Especialista ouvida por O DIA afirmou que, desde que seja cumprido a entrega de doses, o cenário é positivo, pois seria possível garantir maior previsibilidade em relação ao contexto da pandemia no Rio.
A pandemia prejudicou a cabeleireira Eliza Stofell, 36, que teve perda da metade da renda com redução de clientes. Pelo calendário da prefeitura, sua vacinação pode acontecer em 19 de agosto. Ela disse que a expectativa é se sentir mais protegida após a imunização. “Que venha logo essa vacina para que possamos ficar protegidos, mas não estou muito ansiosa. Se a campanha fosse feita antes, teríamos menos mortes, sem contar os prejuízos que eu tive de pelo menos 50%”, ponderou.
Mesmo considerando os problemas que ela teve na pandemia, ela mencionou que se sentiu aliviada com o anúncio da vacinação da população adulta.
Para quem trabalha em casa o impacto da pandemia foi um pouco menor. Mas Alan Brasil, de 32, que atua na área do Marketing Digital, espera pela vacinação para que possa voltar a ter atividades de lazer e contato com a família. “Tenho uma filha de seis anos e após a vacinação eu gostaria de levá-la para visitar a minha tia, que tem mais de 80 anos”, mencionou.
Para a pesquisadora em Saúde da UFRJ, Chrystina Barros, o anúncio do calendário até outubro é positivo, pois possibilita vacinação mais organizada, transparente e evita tumulto. “Se a prefeitura conseguir manter essa previsão, será importante”, afirmou.
Segundo Chrystina, após a vacinação em massa de 70% da população e redução considerável da taxa de transmissão, será possível pensar nos primeiros passos para retomar vida e o retorno com segurança de algumas atividades. Mas alertou: “Não podemos afrouxar nos cuidados”.