Pais e cuidadores de autistas não são imunizados em posto na Gávea.
Normal estadual inclui cuidador de pessoa com deficiência intelectual como prioridade, mas PNI não
Uma confusão com um promotor de Justiça, que foi ao posto de vacinação no Jockey Club da Gávea, na quarta-feira, interrompeu o serviço no local. Segundo André Guilherme Tavares de Freitas, que tem filho autista, os profissionais da Saúde não tinham conhecimento sobre a lei 9.040, que inclui na vacinação pais, tutores, cuidadores e enfermeiros, que auxiliam pessoas com deficiência intelectual, incluindo o autismo. Freitas não conseguiu tomar o imunizante.
“Ao chegar no posto com a certidão do meu filho e o laudo médico, a responsável disse que não iria aplicar a vacina, que o município não se preparou para isso. Essa é uma postura de desrespeito com a causa do autismo”, disse.
Ao ser acionada, a PM encaminhou o promotor e os envolvidos à 15ª DP (Gávea) e, segundo a Polícia Civil, a ocorrência foi encaminhada ao Ministério Público.
“Os policiais informaram que a responsável pela vacinação no posto estava descumprindo a lei e ela manteve a intransigência dela. As outras pessoas foram porque quiseram ir, disseram que se a responsável não estava lá, eles tinham que fechar” afirmou o promotor.
O caso de André Guilherme não é o único. Um leitor, que não quis se identificar, também buscou a vacinação com base na mesma norma e a imunização lhe foi negada em duas ocasiões. Segundo ele, ao comparecer ao posto montado no Imperator, no Méier, na Zona Norte do Rio, na semana passada, os atendentes o informaram que não tinham conhecimento sobre a lei. Ao retornar dias depois, os profissionais alegaram que, por se tratar de uma regulamentação estadual, a medida era facultativa ao município.
“Eu fui fazer a tentativa com minha esposa e minha irmã, que é cuidadora do meu filho. Perguntei se poderíamos receber a vacina de covid em cumprimento a essa legislação estadual e me disseram que o estado colocou essa lei, mas não estava implementada no município. Voltei lá ontem e fui informado que o município faculta a determinação do estado, o que pra mim, não tem cabimento”, explica.
A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, alega que os pais e tutores de pessoas com deficiências não fazem parte dos grupos prioritários para a vacinação contra a covid-19 relacionados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
A responsável disse que não iria aplicar a vacina. É uma postura de desrespeito com a causa do autismo ANDRÉ DE FREITAS, promotor de Justiça