O Dia

Emoção na despedida a Allan

Soldado do Bope que morreu durante treinament­o é enterrado em Sulacap

- LUCAS CARDOSO lucas.cardoso@odia.com.br

“Se não fosse por ele, eu não estaria aqui. Ele morreu fazendo o que amava”, lamentou Miguel Vigna, ontem, durante o enterro do irmão, o soldado do Bope Allan da Silva Vigna. Ele morreu durante um exercício no Curso de Operações Especiais (Coesp) do Bope, na última sexta-feira. O sepultamen­to do soldado, de 32 anos, reuniu familiares e amigos no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. A despedida começou no início da tarde e, no momento final, o pai de Allan se despediu do filho com a voz embargada: “Você vai ser sempre o meu herói.”

Marcado para o meio-dia, o velório contou com a prepais sença de cerca de 100 pessoas, entre parentes, amigos e colegas de farda do policial. Abalados, os pais de Allan e a mulher precisaram de atendiment­o médico. Nenhum parente quis se pronunciar sobre a causa da morte do soldado do Bope.

O major Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar, disse ao O DIA que descarta que a morte tenha ocorrido por causa da baixa temperatur­a na água do lago de Ribeirão

‘Você vai ser sempre o meu herói’, disse o pai do soldado, com a voz embargada

das Lajes, em Piraí, onde acontecia o curso. “Estamos falando do maior volume de água da América Latina.

Para chegar em temperatur­as tão congelante­s, é algo impensável, não há menor possibilid­ade de eu colocar um aluno ali, até porque a superfície estaria solidifica­da”, disse.

Ele ainda afirmou que a base de instrução de Ribeirão das Lages é extremamen­te avançada, possui um hospital de campanha que atende aos policiais e o turno era acompanhad­o por um médico e vários paramédico­s. “No momento em que ele apresentou os sinais ali da travessia, o paramédico atirou a boia nele imediatame­nte e ele foi retirado”, explicou Blaz. Segundo a PM, a causa da morte foi mal súbito.

No enterro, Francisca Pereira, de 65 anos, vizinha dos do policial, contou que Allan era um jovem especial. “Do bem e querido por todos”, comentou a idosa.

O cortejo teve, ainda, salva de tiros e pétalas de rosas, que foram jogadas do helicópter­o da PM. A banda da polícia também tocou durante a cerimônia. Em seguida, o caixão foi coberto pelas bandeiras do Brasil e do Bope.

O curso que o militar prestava é considerad­o o mais intenso da polícia, tendo 20 semanas de duração. Ele dá o título maior do batalhão, que é fazer parte dos “Caveiras”.

Antes de entrar para a Polícia Militar, Allan serviu no Exército, onde integrou a Brigada de Infantaria Paraquedis­ta. Um grupo de militares que prestou curso com Allan nas Forças Armadas esteve no local. Parte dos militares estava com camisas em homenagem ao soldado.

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MARCOS PORTO Colegas de farda fizeram homenagem durante enterro o de Allan

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