O Dia

‘Maria da Penha’ nas escolas

- Marcos Espínola Advogado criminalis­ta e especialis­ta em segurança pública

Prestes a completar 15 anos, a Lei nº 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, ainda é de extrema relevância. O ideal seria ampliar sua visibilida­de, levando-a cada vez mais ao conhecimen­to de todos. Uma doutrinaçã­o que deve iniciar na educação de base, orientando e conscienti­zando as crianças. Uma forma de frear o desrespeit­o e a misoginia dentro dos lares.

Crianças e idosos também sofrem com agressões, porém as mulheres ainda são o alvo principal. Essa violência sempre existiu. A diferença é que, nos últimos anos, com maior confiança na Justiça, com leis de proteção à mulher, esses ataques passaram a ser mais notificado­s.

Hoje, a cada minuto oito mulheres são vítimas de agressão em todo o país, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Especialis­tas apontam que o isolamento social, por conta da pandemia, agravou esse cenário, tendo como principais causas o controle mais excessivo do agressor, o aumento do consumo de álcool e drogas, além das dificuldad­es financeira­s.

Embora se tenha, agora, a possibilid­ade do registro da ocorrência policial e a solicitaçã­o de medidas protetivas por meio da delegacia virtual, não são poucos os casos em que as mulheres declaram viver um relacionam­ento abusivo por anos, ou seja, por medo ou vergonha demoram a pedir ajuda.

O recente caso do DJ Ivis, com grande repercussã­o na mídia, demonstra que esse problema está em todas as classes sociais. Não é possível mais aceitar qualquer tipo de violência contra as mulheres.

A Lei Maria da Penha foi criada justamente com objetivo de coibir e prea violência contra elas, buscando o resgate da cidadania feminina.

Prevê a proteção de gênero, já tendo, inclusive, entendimen­tos de Tribunais Superiores na garantia de casais homoafetiv­as, mulheres e transgêner­os, estendendo a travesti dentro do contexto dos requisitos admitidos pela lei, que observa os direitos humanos, tratados internacio­nais, conceitos e legalizaçã­o das uniões homoafetiv­as.

Enfim, o conceito dessa legislação, que é um marco na história do Brasil, deve chegar às salas de aula em caráter preventivo. Uma cartilha que possa ensinar, já nos primeiros anos escolares, a importânci­a do respeito entre os gêneros, principalm­ente quanto à mulher, que é a maior ligação entre o homem e a divindade, pois é ela que gera em seu ventre um novo ser.

Através da educação teremos no futuro uma sociedade com maior equidade e sem precisar de leis como a da Maria da Penha.

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ARTE O DIA
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