Milícia controla atividades comerciais na Ilha de Paquetá
Investigações mostram que desde 2020 criminosos exploram venda ilegal de gás e extorquem comerciantes.
Na pacata ilha de cerca de 4,5 mil habitantes, a presença do policiamento tem chamado atenção. A rotineira ação de PMs realizando patrulhamentos em Paquetá, passou a se fazer necessária não só para garantir a tranquilidade, mas também para combater o crime. Investigações da 5ª DP (Mem de Sá) apontaram que narcomilicianos estariam se instalando na região.
O DIA teve acesso ao inquérito que mostra que assim como fazem nos demais bairros cariocas, os criminosos estariam monopolizando atividades comerciais e extorquindo moradores e comerciantes.
Ao longo de quatro meses de trabalho, a distrital descobriu que os narcomilicianos, ligados à facção Comando Vermelho (CV), passaram a agir em Paquetá no ano passado, explorando a venda ilegal de gás, fornecimento de água potável e serviços de internet. A ilha fica localizada no meio da Baía de Guanabara, a 17 quilômetros de distância do Centro do Rio.
“Tem uma milícia sendo constituída lá. A questão da
Criminosos estariam monopolizando atividades comerciais e extorquindo
venda de gás, por exemplo, descobrimos que eles estão monopolizando a atividade. Estão querendo obrigar que os comerciantes tradicionais a comprarem de um depósito indicado por eles, para conseguirem lucrar ilegalmente com o comércio. Com isso, eles estão ameaçando essas pessoas e querendo obrigá-las a pagar uma taxa”, explicou o delegado Bruno Gilaberte, titular da 5ª DP.
A polícia ainda investiga se a exploração dos serviços de internet na Ilha de Paquetá está sendo realizada através de uma empresa que tem como sócio oculto uma antiga liderança do Comando Vermelho no Estado do Rio.
As investigações também revelam que os bandidos têm agido de forma violenta e coagindo suas vítimas a denunciarem seus abusos. Segundo o relatório policial, a associação criminosa local, liderada por um homem identificado apenas como Pierre, vem constrangendo os moradores da região, que temem represálias.
Testemunhas que temem se identificar contaram aos agentes que o suspeito é conhecido por ser ‘dono’ de Paquetá e insinua estar armado.