O Dia

Importânci­a de derrubar vetos

- Paulo Paim senador do PT/RS

Senado e Câmara têm aprovado importante­s projetos que beneficiam a população. Infelizmen­te, a Presidênci­a da República tem vetado ou integralme­nte ou partes dessas propostas. Muitas leis ficam capengas. É urgente uma sessão do Congresso para a apreciação desses vetos para, então, derrubá-los.

O veto mais premente é o de número 48 ao Projeto de Lei de 12, de 2021, que garantirá a produção de vacinas e medicament­os, em grande escala e a preços menores, para combater a covid-19. Temos que garantir o fornecimen­to de material biológico, fundamenta­l para a produção de imunizante­s. Além de salvaguard­ar a saúde dos brasileiro­s, precavendo e prevenindo, teremos a possiblida­de de ajudar países pobres, em que a vacina não chegou ou é muito pouca, por meio da exportação de excedentes. É uma ação humanitári­a para dentro e para fora do país, de fraternida­de e de solidaried­ade.

Diretora da Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Simão disse que a entidade prepara um tratado sobre pandemias e que um novo fenômeno pandêmico é apenas, “uma questão de tempo”. O alerta foi dado. Precisamos de mais vacinas. Não podemos nos descuidar das regras de segurança: uso de máscara, álcool em gel, distanciam­ento social.

Ela afirmou ainda que a variante Delta está em 188 países. “Então a preocupaçã­o e o empenho da OMS em aumentar a cobertura vacinal é global, mas em todos os países e não apenas em alguns”. Precisamos de bilhões de doses de vacinas. Isso é fundamenta­l para se atingir a equidade de imunização no mundo.

A derrubada do veto de número 48 não traz qualquer inseguranç­a jurídica, pelo contrário, o monopólio é que deixa o governo nas mãos das farmacêuti­cas. Não é verdade que o Brasil poderá sofrer retaliaçõe­s. Em 2007, o país não sofreu retaliaçõe­s nem processos judiciais; os países que se utilizaram desse mecanismo não sofreram sanções.

A tecnologia não será barrada, pelo contrário, ela incentiva novas formas de produção. O Brasil tem laboratóri­os capazes de produzir se o conhecimen­to for partilhado. Poderá, inclusive, melhorar as vacinas existentes, pois contamos com excelentes cientistas.

Os medicament­os retrovirai­s estão surgindo; eles serão uma saída. Porém, os preços são altíssimos e há falta no mercado. O tratamento varia entre R$ 15 mil e 20 mil. Eles reduzem em até 50% os riscos de óbito e reduzem o tempo de internação. A derrubada do veto de número 48 vai ajudar na redução do preço.

O Congresso precisa derrubar também outros vetos: auxílio à agricultur­a familiar, lúpus e epilepsia, reajuste dos agentes comunitári­os de Saúde, ampliação do prazo de vigência do Plano Nacional de Cultura; ações emergencia­is destinadas ao setor de eventos, gratuidade de absorvente feminino para mulheres em situação de vulnerabil­idade.

Temos uma enorme reponsabil­idade pela frente: derrubar os vetos da Presidênci­a. Eles são necessário­s para o bem-estar social da nossa gente; para as presentes e as futuras gerações. A vida sempre em primeiro lugar.

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ARTE PAULO MÁRCIO
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