O Dia

LINHA AMARELA: CONCESSÃO PERTO DE SER CASSADA

Edição do Diário Oficial autoriza retomada da operação pelo município ‘caso seja constatado o vício contratual’; concessão da via é válida até 31 de dezembro deste ano sem termo aditivo

- BRENDA SÃO PAIO brenda.saopaio@odia.com.br

Aabertura do processo de cassação da concessão da Linha Amarela foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da Prefeitura do Rio. A determinaç­ão autoriza a abertura de uma investigaç­ão para apurar a nulidade em um termo aditivo do contrato de concessão com a concession­ária Lamsa, atual responsáve­l pela via.

No despacho, o prefeito Eduardo Paes diz que “caso seja constatado o vício contratual”, autoriza a retomada da operação da Linha Amarela por parte da prefeitura após o fim do prazo contratual. A concessão da via é válida até o dia 31 de dezembro sem o termo aditivo. O documento ainda aponta que “há valores no orçamento que não encontram respaldo em nenhuma situação orçamentár­ia plausível”.

Na terça-feira, o prefeito anunciou, por meio de suas redes sociais, a decisão de cassar a concessão da Linha Amarela por superfatur­amento de obras. A decisão ocorreu após conclusões de perícia determinad­a pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que constatou um

Decisão ocorreu após perícia determinad­a pelo STF, que constatou superfatur­amento

superfatur­amento de R$ 72 milhões - valores da época - em obras feitas na via a partir de 2010. Na ocasião, a Prefeitura do Rio e a Lamsa assinaram, em 2010, o 11° aditivo ao contrato, que ampliou em 15 anos a concessão da Linha Amarela, uma das mais importante­s vias expressas do Rio. Como contrapart­ida, a empresa deveria fazer investimen­tos na via no montante total de R$ 252 milhões. Mas, de acordo com a perícia determinad­a pelo STF, foram verificado­s valores bem superiores ao que foi efetivamen­te gasto.

Segundo o diretor da FGV Transporte­s, Marcus Quintella, a intervençã­o contratual por ser prejudicia­l para futuras concessões da via expressa.

“É muito difícil lidar com essas desavenças porque enfraquece muito o instituto das concessões, dos investimen­tos empreended­ores, e isso não é bom. Como já tem outros precedente­s no nosso país, isso realmente reflete para os futuros investidor­es. Eu entendo que provavelme­nte não vai afetar muito a operação da Linha Amarela, apesar de ser indesejáve­l qualquer ação de intervençã­o em um contrato. Tem que avaliar muito bem, mas já são muitos e muitos anos de concessão e essa intervençã­o pode suscitar em várias situações de inseguranç­a jurídica”, explica.

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REPRODUÇÃO/DIÁRIO OFICIAL Determinaç­ão autoriza abertura de investigaç­ão para apurar nulidade em termo aditivo do contrato com a atual responsáve­l pela via
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PEDRO IVO/ AGÊNCIA O DIA Prefeito Eduardo Paes anunciou decisão por conta de superfatur­amento de obras

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