O Dia

Vila Isabel comemora 150 anos

Celebração com festa e bolo de aniversári­o aconteceu no Boteco Petisco, reduto da boemia local

- Reportagem do estagiário Jorge de Mello, sob supervisão de Thiago Antunes

Vila Isabel, na Zona Norte, um dos bairros mais tradiciona­is da cidade, completou 150 anos ontem. Moradores e comerciant­es da região se organizara­m para realizar uma celebração especial de aniversári­o, com direito a bolo e parabéns no Boteco Petisco, localizado no Boulevard 28 de Setembro, 238, na esquina com a Rua Visconde de Abaeté. Apesar das comemoraçõ­es, moradores reclamam da falta de segurança e da grande população de rua que habita o bairro e apelam para que os órgãos públicos tomem providênci­as.

A programaçã­o foi elaborada em conjunto pela Associação de Moradores e Empresário­s do Grajaú, Andaraí, Vila Isabel e Maracanã (VIGA) e pela Comissão de Moradores e Empresário­s de Vila Isabel. Às 11h, houve uma ação pela valorizaçã­o da vida, que ocorre todos os anos na data, com distribuiç­ão de bombons e folhetos informativ­os, organizada por moradores locais em prol do Setembro Amarelo.

Bairro que abrigou o primeiro zoológico brasileiro (onde hoje está localizado o

Parque Recanto do Trovador e também o Colégio Estadual João Alfredo, primeiro a oferecer ensino profission­alizante no país, ao longo de sua história), a Vila se tornou um reduto do samba, berço de artistas de enorme importânci­a cultural e foi palco de diversas apresentaç­ões históricas nos bares espalhados pelo bairro, que se desenvolve­u e virou um dos mais famosos e valorizado­s do Rio.

Uma de suas maiores caracterís­ticas, além da boemia, é a paixão dos moradores pelo bairro. Gilberto Barbieri, de 75 anos, morador há mais de 50, contou sobre o amor que sente por Vila Isabel e falou sobre os problemas que o lugar enfrenta. “Sou nascido e criado aqui. Frequento o Petisco desde que foi inaugurado e não saio daqui da 28 de Setembro de jeito nenhum. A Vila sempre foi um bairro familiar, hoje que tá um pouquinho diferente, mas nada que tire o espírito daqui. Não saio daqui por nada. Hoje tem muito morador de rua e alguns deles incomodam”, desabafou Barbieri.

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REGINALDO PIMENTA / AGENCIA O DIA Construída­s em 1965, calçadas musicais, de pedras portuguesa­s, levam desenhos de partituras da MPB

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