O Dia

Adolescent­e é alvo de ataques gordofóbic­os e homofóbico­s

Jovem foi chamada de ‘gorda’, ‘lésbica’ e ‘pobre bolsista’ em escola particular na Barra da Tijuca

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Amãe de uma menina de 12 anos denunciou um caso de intolerânc­ia ocorrido em uma das unidades da Escola Eleva, na Barra da Tijuca. Segundo a mãe, a filha teria recebido ofensas de cunho racial, homofóbico e preconceit­o social em um grupo de alunos. O fato teria acontecido em agosto, porém só foi revelado agora, após ela registrar uma ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerânc­ia (Decradi).

De acordo com a mãe, os ataques acontecera­m em um grupo de aplicativo de troca de mensagens e os autores seriam alunos da mesma série da menina. Nas conversas, que foram apresentad­as à Polícia Civil, os estudantes a chamam de “gorda”, “lésbica” e “pobre bolsista”.

A adolescent­e vive com a mãe e a madrasta, que era professora do colégio e, por isso, tinha uma bolsa para estudar na unidade. Após a publicação das mensagens, a funcionári­a foi suspensa em agosto e, em setembro, demitida.

Segundo Vânia Etinger, a advogada que representa a família, a mulher foi readmitida após o exame demissiona­l apontar problemas psiquiátri­cos decorrente­s do incidente, inclusive com uso de medicament­os controlado­s. Após isso, ela foi afastada por razões médicas da escola e de uma unidade da prefeitura. A professora ainda vai passar por uma avaliação no INSS.

Vânia acrescento­u que “não houve nenhuma conversa sobre indenizaçã­o” com a família. De acordo com ela, “o objetivo dessa ocorrência é tornar esse fato público e lembrar que racismo e homofobia não são crimes no nosso país, mas devem ser rechaçados pela sociedade “.

Além disso, de acordo com ela, “somente após a divulgação das mensagens que a escola procurou a família, mas até o momento não ofereceu suporte a nenhuma das envolvidas”. Um tratamento psicológic­o teria sido iniciado com o custeio da própria família.

A assessoria de imprensa da escola emitiu nota oficial:

“A escola primeirame­nte reforça que repudia atos discrimina­tórios de toda e qualquer natureza e se solidariza com a aluna que sofreu tal situação. A direção reitera que o bullying sofrido a esta aluna (em ambiente fora da escola) e a demissão da professora não tem nenhuma relação, inclusive acontecera­m em momentos distintos. E que a mesma se encontra até hoje no quadro de docentes da instituiçã­o de ensino. O caso de bullying ocorreu no início do mês de agosto em ambiente virtual e tão logo tomou ciência do fato apoiou medidas disciplina­res, pedagógica­s e formativas aos alunos envolvidos e, desde então vem tratando o ocorrido com ações acolhedora­s para os envolvidos e suas famílias”.

Nas mensagens, estudantes chamam menina de “gorda”, “lésbica” e de “pobre bolsista”

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REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS De acordo com a mãe, os ataques acontecera­m em um grupo de aplicativo de troca de mensagens

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