FICOU PARA O SEGUNDO TURNO
Encontro entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) está marcado para 30 de outubro, último domingo deste mês. Os dois agora vão buscar apoios para garantir a vitória e os próximos quatro anos
Aeleição presidencial será decidida em um segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com dados do TSE. Com 99,18% das urnas apuradas até 22h23 de ontem, Lula havia recebido 56,6 milhões de votos válidos, ou 48,24% do total contabilizado pela Justiça Eleitoral até aquele momento. O presidente e candidato à reeleição havia recebido 50,8 milhões de votos, ou 43,36% do total. O encontro entre os dois principais rivais está marcado para o dia 30 de outubro, último domingo deste mês.
A realização da segunda etapa do pleito frustra principalmente a campanha do petista, que, na reta final do 1º turno, investiu na defesa pelo voto útil na intenção de encerrar a disputa ontem, com o argumento do voto útil. Mais de 156 milhões de brasileiros estavam aptos a votar e, de novo, colocaram entre os dois primeiros colocados um petista e Bolsonaro. Em 2018, Bolsonaro liderou a corrida e venceu Fernando Haddad (PT). Lula e Bolsonaro buscarão apoios para definir o segundo turno e a formação de governo.
Graziella Testa, doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), acredita em um segundo turno sem confrontos detalhados sobre propostas de governo. “Um segundo turno tão polarizado desse jeito dificilmente terá discussão em torno de políticas públicas. A tendência é de que seja uma campanha sobretudo de acusações para tentar atrair o voto estratégico do eleitor que rejeita um outro candidato”, disse.
Para a professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Nara Pavão, a tendência é que os candidatos foquem em locais onde o desempenho no primeiro turno ficou abaixo do esperado.
“O Sudeste terá uma disputa acirrada porque é uma região estratégica. Mas eles devem evitar áreas onde já têm apoio consolidado. Então Lula vai, em geral, evitar o Nordeste”, avaliou.
Lula votou, às 8h45, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista (SP). O candidato chegou à Escola Estadual Firmino Correia de Araújo, no bairro Assunção, por volta das 8h15, acompanhado da esposa, Rosângela da Silva, a Janja, do candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Lula beijou o comprovante e saiu da sala de votação e disse: “Não queremos mais discórdias, queremos um país que viva em paz”.
O presidente Bolsonaro votou ontem na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar, em Deodoroe. Chegou na seção sob forte esquema de segurança às 8h54 vestindo uma camisa do Brasil e acompanhado por apoiadores. Bolsonaro defendeu que venceria no primeiro turno em eleições limpas. Ele aparentava usar um colete a prova de balas. Dois helicópteros, motociclistas e carros oficiais acompanharam o presidente na chegada e saída da seção.
Simone Tebet votou pela manhã, na Escola Estadual Lucia Martins Coelho, localizada no bairro Jardim dos Estados, em Mato Grosso do Sul. Tebet chegou por volta das 9h à zona eleitoral, acompanhada da mãe, assessores e candidatos a cargos estaduais pelo MDB. Tebet embarcou para São Paulo, onde acompanhou o presidente do MDB, Baleia Rossi, durante a ida dele à zona eleitoral.
Candidato do PDT, Ciro Gomes votou na Secretaria da Saúde de Fortaleza, no Ceará. Ele estava acompanhado da mulher, Giselle Bezerra, dos filhos e aliados políticos como Roberto Cláudio (PSB), candidato a governador do Ceará.