PM realiza a maior apreensão de drogas do ano, na Cidade de Deus
Material estava em tonéis, submerso em uma área pantanosa da comunidade da Zona Oeste
Durante operação na Cidade de Deus, na última quinta-feira, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizaram a maior apreensão de drogas deste ano.
Cerca de duas toneladas de maconha, que estavam em tonéis, submersos em uma área de pântano da comunidade, foram localizadas e apreendidas pelos agentes. O material foi encaminhado à 32ª DP (Taquara), onde a ocorrência foi registrada.
Na mesma ação, dois criminosos foram presos e houve apreensão de uma pistola, três carregadores, munições, quatro veículos (dois carros e duas motocicletas) e outras drogas a serem contabilizadas. Cerca de 10 toneladas de barricadas também foram retiradas de vias públicas.
A ofensiva da PM contra o tráfico foi realizada por policiais do 18º BPM (Jacarepaguá) e agentes de outros batalhões subordinados ao 2º Comando de Policiamento de Área (Zona Norte e Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro), além de militares do
Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Bope.
As comunidades da Gardênia Azul, Muzema, Tijuquinha e o Morro do Banco, também foram alvos de ações policiais na última quinta-feira (26), realizadas por homens do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e do Bope.
Guerra na Zona Oeste
Comunidades de Jacarepaguá e de outros bairros da Zona Oeste, que eram historicamente controlados por grupos paramilitares há mais de 40 anos, estão sofrendo invasões de traficantes, um deles seria, de acordo com investigações policiais, Edgar Alves de Andrade, também conhecido como
Doca e Urso. O traficante é um dos líderes do Comando Vermelho (CV) e atuante na Penha, na Zona Norte. A facção teria tomado conta de áreas dentro da Gardênia e expandido pontos de venda de drogas pela região.
Devido a mudança de domínio, milicianos estariam deixando os grupos a qual pertenciam e se juntando ao tráfico, que passou a comandar parte do local.
Moradores relatam a movimentação de integrantes do CV pela comunidade e a presença de bocas de fumo vendendo drogas com símbolos do grupo nas embalagens.
Houve, inclusive, uma suposta mensagem ordenando que pessoas que moram na favela devem passar a atender as determinações do tráfico.
“Senhores moradores, está proibido o uso de capacetes, ao adentrar na comunidade liguem a luz do salão, o pisca alerta e mantenham os vidros abertos. Att, Comando Vermelho”, dizia o aviso.