Um alerta contra os discursos de ódio
Tema marca a cerimônia pelo Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
ODia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi reverenciado ontem em uma cerimônia no recém-inaugurado Memorial às Vítimas do Holocausto deputado Gerson Bergher, no Morro do Pasmado, em Botafogo, Zona Sul do Rio. A comunidade judaica fluminense, autoridades, lideranças religiosas e sobreviventes do extermínio nazista participaram do evento, celebrado mundialmente no dia 27 de janeiro. A data marca a libertação dos judeus do campo de concentração de Auschwitz, considerado o pior do nazismo, pelas tropas soviéticas, em 1945.
O presidente da Confederação Israelita do Brasil, Claudio Lottenberg, ressaltou que o Holocausto, que matou seis milhões de judeus, não é comparável a outras tragédias. Ele chamou a atenção para o recrudescimento de discursos de ódio, que precedem momentos trágicos na História da Humanidade. O presidente da confederação também cobrou por Justiça ao povo Yanomami, que está em situação de emergência de saúde.
“Nada se compara ao Holocausto, mas não posso deixar de registrar que devemos lutar pelo esclarecimento sobre o que houve ao povo Yanonami. Como minoria, não podemos nos calar quando algo acontece a outra minoria. A comunidade judaica expressa seu repúdio, pesar e preocupação com a ameaça da intolerância e do discurso de ódio”, discursou.
A democracia e o respeito à diversidade foram citados por lideranças na cerimônia. O presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, Alberto David Klein, afirmou que o ‘Memorial às vítimas do Holocausto’ tem como objetivo preservar a
dos judeus que sofreram o nazismo e estimular a tolerância.
“Devemos lembrar do Holocausto nazista a cada dia e não esquecer jamais. Esse é um dos objetivos do Memorial do Rio de Janeiro. Além da memória, também devemos estimular o convívio com o diferente. O que aconteceu com nossos antepassados não pode ser esquecido”, afirmou Klein.
Em memória de quem enfrentou e lutou pelo fim do nazismo, foram acesas seis velas durante o evento. A primei
ra delas, por políticos. Uma homenagem àqueles que foram perseguidos por fazerem oposição ao governo alemão nazista. Estavam presentes os vereadores Teresa Bergher (PSDB) e Marcelo Arar (PTB).
“O que esperamos é que este memorial seja um símbolo no combate ao preconceito e ao ódio. Que possa propagar o amor ao próximo. Auschwitz foi o mais cruel de todos os campos de concentração”, afirmou Teresa, que é autora do projeto de lei que instituiu o espaço.
A segunda vela foi acesa pelo presidente da Fierj, Alberto Klein, e por ex-presidentes de organizações israelitas, representando os ativistas. Um grupo representando as demais minorias exterminadas nos campos de concentração nazistas, como LGBTs,
negros, pessoas com deficiência, ciganos,membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia e testemunhas de Jeová, acenderam a terceira vela.
A quarta vela foi acesa por lideranças religiosas: rabinos, o pastor Silas, o Babalaô Ivanir Santos e representantes da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Diplomatas acenderam a quinta vela pela importância do ofício na ajuda a judeus para fugirem a outros países durante o período nazista. Por fim, a sexta vela foi acesa por sobreviventes do Holocausto e por representantes de movimentos judeus juvenis.
O último discurso foi do sobrevivente Fred Sobotka, que classificou sua vida como um milagre. Ele perdeu o pai, o irmão e o tio, assassinados em campos de concentração.
Foi cobrada Justiça pelo povo Yanomami, que está em situação de emergência de saúde