Policial não vê nazismo em tatuagem
Jovem fez queixa de homem que ostentava no braço suástica e sol negro, símbolos nazistas
Um inspetor da Polícia Civil da 9ª DP (Catete) classificou como “fato atípico” o registro de ocorrência do estudante Leonardo Guimarães, que levou um homem com uma suástica tatuada no braço para a delegacia no sábado. O policial alegou, segundo Leonardo, que a tatuagem nazista não configura crime.
Segundo Leonardo, ele estava em um restaurante quando viu um homem passar com três tatuagens que se referiam ao nazismo: uma suástica, um sol negro e a expressão ‘White Proud’, que significa ‘orgulho branco’. “Eu parei em uns policiais, que no Largo do Machado, e falei que precisavam fazer algo a respeito daquilo. Consegui convencê-los que aquilo de fato era um crime e aproveitei para tirar uma foto do homem andando. Os policiais o encontrram e eu fui com eles até a delegacia.”
O estudante relatou que, chegando à 9ª DP, foi mal atendido e o inspetor que estava de plantão falou que o homem poderia tatuar o que quisesse, o problema era dele. “Eu disse que a suástica é crime e mostrei até a lei, mas ele falou que a tatuagem não era uma propaganda e falou que o STF fica legislando por aí, mas não mandava na delegacia. O policial pediu inúmeras desculpas ao homem com a tatuagem nazista e disse que ele poderia fazer um registro de ocorrência.”
“O inspetor me chamou de comunista e que eu sou defensor do gayzismo, essas coisas. Falou que o caso era atípico e ouviu o homem. Quando chegou minha vez de dar depoimento, eu falei que só falaria na presença do meu advogado, mas ele falou que não e registrou o ocorrido sem a minha fala.”