O Dia

DESTAQUE EM ‘TRAVESSIA’, ISABELLE NASSAR SONHA EM SER PROTAGONIS­TA

Atriz fala sobre os próximos passos de Sara, sua personagem na novela global, e os ataques que recebeu após surgir sem maquiagem

- ISABELLE ROSA isabelle.rosa@meiahora.com

Estreante em novelas, Isabelle Nassar está surpreende­ndo o público com seu talento. Dando vida à Sara, a atriz de 34 anos retorna à ‘Travessia’, da TV Globo, após uma participaç­ão no primeiro capítulo do folhetim de Gloria Perez em outubro do ano passado, para movimentar a trama. A maquiadora está disposta a encontrar a filha da amiga Débora (Grazi Massafera), e com isso, o grande segredo de Chiara (Jade Picon), que foi criada por Guerra (Humberto Martins) mas, na verdade, é filha biológica de Moretti (Rodrigo Lombardi), poderá vir à tona em breve.

Assim como a gente, Isabelle garante que não sabe sobre as próximas descoberta­s de sua personagem na novela. “Não sei também, vou descobrind­o quase junto com vocês. A gente recebe os capítulos por semana. E é uma história que tem muitos desdobrame­ntos. É a Chiara, o Guerra, Moretti, tudo isso vai resvalando em outros lugares e núcleos. Vamos ver o que Gloria escreve pra gente e como essa história vai desenrolar.”

A atriz ainda fala sobre a responsabi­lidade de dar visibilida­de a um assunto tão comum na sociedade: a maternidad­e solo. “A gente que é artista gosta de contar boas histórias. Quando elas vêm carregadas de denúncias, é melhor ainda.”

REALIDADE DA MÃE SOLO

“Eu pesquisei muito, os dados mostram a quantidade de mulheres que são mães solo. E é comum todo mundo conhecer uma. É um estigma de que o filho tem que ser da mãe. A gente fala de um país em que o aborto não é legalizado. E, além de terem controle sobre nossos corpos, ninguém sabe qual é a dura realidade de uma mãe: ser demitida do trabalho por ter filho, a solidão e até a dificuldad­e de se relacionar por ‘ter um pacote’. Ao invés da sociedade ter olhar de orgulho para essa mulheres, é o contrário”, reflete.

Para dar a emoção necessária à Sara, Isabelle se despiu até de sua vaidade. Ela apareceu de cara limpa na cena que foi ao ar no 7 deste mês, em que contracena com Marcos Caruso e Clara Buarque. A artista revela que foi uma escolha dela aparecer desta forma e admite que se surpreende­u com alguns comentário­s dos internauta­s em relação a sua aparência.

“O que ainda me surpreende é a gente ainda ter que justificar nossa aparência à frente do nosso talento. Como uma mulher sem maquiagem, com olheira, vira assunto.

Eu tive essa ideia de não usar maquiagem e todos toparam. Dramaturgi­camente fez muito sentido e deu certo. Mas as pessoas ainda não sabem lidar com isso e, de certa forma, você acaba sendo agredida. Rolaram comentário­s do tipo: ‘essa mulher usa crack’, perguntara­m se eu era trans. Mas, por outro lado, houve muitos elogios também”, ponderou.

‘O DIREITO DE SER PLURAL’

Com dez anos de carreira, a artista revela quais são seus sonhos profission­ais. “Tenho muita vontade de fazer uma protagonis­ta de uma novela das 21h, meio vilã. Quero participar de uma novela do começo até o final”, enumera ela, que arrasou na série ‘Bom Dia Verônica’, da Netflix, no espetáculo ‘Grande Sertão Veredas’ e no filme ‘Delicadeza’.

Atriz, dramaturga, pesquisado­ra, influencia­dora digital, modelo e até conselheir­a, Isabelle brinca sobre suas diversas funções. “Estou me dando o direito se der várias coisas. Durante muito tempo tentei ser uma coisa só, pra me encaixar melhor e me sentir pertencend­o a algum lugar. Então, agora, estou me dando o direito de ser plural. Quero dar conselho, dou. Quero fazer foto bonita, faço. Quero falar de filosofia de maneira mais fácil, quero mostrar todos os lados que eu puder.”

‘MATERNIDAD­E É UMA CAUSA’

Casada há 12 anos com o empresário Alexandre Carvalho e mamãe de Maria Caterina, de 11 anos, a atriz se derrete pela família. “Maternidad­e pra mim é uma causa. Sei o que é entrega, o que é ser mãe, criar um filho. Minha filha é o grande amor da minha vida. E o segredo do relacionam­ento duradouro é parceria, amor e uma luta contra você mesmo. A gente precisa se apoiar.”

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Estou me dando o direito se der várias coisas. Durante muito tempo tentei ser uma coisa só. Agora, estou me dando o direito de ser plural”

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