O Dia

MPs que limitavam gastos com setor cultural perdem validade hoje

Medidas provisória­s foram editadas no governo Bolsonaro e adiaram repasses orçamentár­ios

- Com Agência Brasil

Duas medidas provisória­s editadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro perdem a validade hoje. Uma delas adiou repasses orçamentár­ios aos setores da cultura e de eventos previstos nas leis Paulo Gustavo, Aldir Blanc 2 e no Programa Emergencia­l de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O texto que chegou a receber 44 emendas.

A outra, a MP 1.135/2022, limitou o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o (FNDCT). Ela recebeu 15 emendas.

Como não foram votadas na Câmara, as medidas provisória­s não chegaram a ser enviadas ao Senado para votação.

TRAMITAÇÃO

Uma medida provisória vale por 60 dias, prorrogáve­is por mais 60. Depois disso, caso não tenha sido votada nas duas Casas do Parlamento (Câmara e Senado), ela expira.

A Constituiç­ão determina que as relações jurídicas estabeleci­das por uma MP não aprovada podem ser definidas pelo Congresso, por meio de decreto legislativ­o. Se isso for feito até 60 dias após a caducidade, os atos praticados durante a vigência da MP podem ser convalidad­os.

Pelo menos outras 24 medidas provisória­s estão pendentes de votação no Congresso Nacional.

STF

Na sexta-feira, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou liminar que assegurou o repasse de recursos ao setor cultural.

A decisão foi em resposta a ação, ajuizada pela Rede Sustentabi­lidade contra a MP 1.135/2022. A MP chegou a ser suspensa por decisão do STF, que restabelec­eu a eficácia da legislação criada pelo Congresso Nacional para dar socorro emergencia­l ao setor afetado pela pandemia de covid-19.

Mas a Rede informou posteriorm­ente à Corte que o Poder Executivo não providenci­ou a execução orçamentár­ia em tempo hábil para o repasse de verbas para o setor cultural ainda em 2022. Diante disso, foi acolhido o pedido da Rede para assegurar que o socorro financeiro destinado pela legislação ao setor possa ser utilizado no decorrer de 2023.

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DIVULGAÇÃO/THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO Repasse de verbas para assegurar socorro financeiro ao setor cultural afetado pela pandemia foi barrado por MPs do governo Bolsonaro

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