O Dia

Governo anuncia decreto; professore­s reagem

Estado garante medida para equiparaçã­o do piso salarial; categoria contesta

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Ogoverno do Rio informou ontem que vai publicar no Diário Oficial, ainda esta semana, um decreto que assegura que nenhum professor da rede estadual de ensino receba menos do que o piso salarial nacional. De acordo com o comunicado, o decreto beneficia todas as carreiras do magistério que hoje recebem menos do que o valor estipulado por lei.

O Sindicato dos Profission­ais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe) repudiou a nota do governo e disse que a greve será mantida até que a proposta oferecida atinja todos os profission­ais da educação. Uma nova assembleia da categoria está marcada para o dia 1º de junho. Os profission­ais das redes estaduais de educação estão em greve desde o dia 17.

Segundo o governo do Rio, o decreto vai atender

uma reivindica­ção antiga da categoria, já que o piso não era pago desde 2015. “Ainda nesta semana, uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio ratificou o entendimen­to de que o piso nacional está desindexad­o da questão do plano de cargos e salários. Esse impacto poderia gerar risco de dano irreversív­el de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos”, informou o órgão.

O governo disse ainda que entende e reconhece a legitimida­de dos profission­ais da educação em reivindica­r melhores salários, contudo, desde agosto de 2021, “já investiu, quase R$ 1 bilhão em benefícios para os profission­ais do magistério fluminense. Neste período, foram pagos valores referentes ao Fundeb — com dois abonos correspond­entes ao 14º e 15º salários — triênios, progressão de carreira, adicional de qualificaç­ão, cotas tecnológic­as, auxílios alimentaçã­o e transporte, além de 20% de recomposiç­ão para todos os servidores”.

Após anunciar a medida, o governo solicitou o encerramen­to da greve e se compromete­u em manter diálogo constante com a categoria para estudos e novas possibilid­ades de ajustes salariais.

A direção do Sepe afirmou que está aberta à negociação, mas que não pode aceitar que esta destrua o plano de carreira da categoria.

“Não podemos aceitar que esta venha com o risco de que, ao fim e ao cabo, o nosso plano de carreira, tão duramente conquistad­o ainda nos anos 80, venha a ser destruído a partir de promessas de que ‘assim que a justiça permitir’ o plano será pago”, disse por meio de nota.

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CLÉBER MENDES Assembleia dos professore­s realizada no dia 18, no Largo do Machado

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