Alexandre Borges
Ator comemora sua volta às telinhas depois de um período afastado para cuidar da mãe fala sobre viver o Diabo em ‘Cine Holliúdy’
Oator Alexandre Borges, de 57 anos, está divertidíssimo na pele do Diabo na terceira temporada da série ‘Cine Holliúdy’, que vai ao ar às quintas-feiras, depois de ‘Terra e Paixão’, na TV Globo. Na trama, ele interpreta um investidor nada confiável que propõe dinheiro a Francisgleydisson (Edmilson Filho) em troca da alma do “cinemista”. O artista conta que está muito feliz por participar do projeto e também por ver produções regionais “furando a bolha”.
“É um sentimento de muita alegria. Sou fã da série e antes já era fã do filme”, revela Alexandre, fazendo referência ao fato de que a série é baseada no curta-metragem homônimo de Halder Gomes em parceria com Edmilson Filho.
“Sempre achei muito impressionante essa trajetória: uma produção regional, local, com os recursos limitados, aquela cooperativa de amizade, de uma turma que já se conhece há tanto tempo e que de repente faz um filme e ele acontece no Brasil inteiro”, diz o ator, que acredita que a produção trouxe um “frescor” para a cinematografia brasileira na época de sua estreia, em 2013.
“’Cine Holliúdy’ foi um boom impressionante, foi um frescor na cinematografia brasileira. Trouxe a potência dos artistas do Ceará, essa identidade que é tão bem-vinda à cultura brasileira. Trouxe diversidade e esse alcance, que é uma coisa tão difícil de acontecer. Sempre fiquei muito contente e orgulhoso, como artista brasileiro, de ver esse sucesso e mostrar que as pessoas são capazes de furar a bolha”, afirma o artista.
CAPETA
Alexandre conta que apesar de interpretar o Diabo, procurou fazer o personagem de forma leve e mais voltada para a comédia. “Esse capeta que eu faço é baseado numa coisa muito da literatura de cordel. É um capeta que traz o politicamente incorreto, imoral, e aí talvez seja a graça. Não busquei a coisa do mal, que assusta. A comédia vem realmente porque só mesmo o diabo pra chutar o balde assim e falar os absurdos desse texto muito bem escrito, muito enxuto, muito redondo.”
O ator também diz quais são os desafios de fazer humor. “Comédia é timing. Aquela coisa que se não está engraçado quando está escrito, não adianta. É realmente um exercício você conseguir mostrar a graça de quando você leu o roteiro pela primeira vez e se divertiu. Esse é o desafio.”
Para Alexandre, a série retrata o Brasil dos tempos atuais, mas com “leveza”. “Sempre vi o ‘Cine Holliúdy’ como um retrato do Brasil atual. Apesar de ser uma série que se passa numa outra época, fora do tempo e do espaço, ela mostra um pouco o que é o Brasil. A gente está precisando dessa leveza na programação. As pessoas estão querendo se divertir, dar risada”, afirma.
“É uma série que apesar de falar de pactos, também é uma atualidade, porque o Francisgleydisson não deixa de ser um pequeno empresário falido que está passando por dificuldades financeiras. E a gente vê essa problemática também depois de uma pandemia, toda a dificuldade que a gente está passando economicamente... Então, por isso que eu digo que é sempre um retrato do que acontece no país, mas muito numa linha de comédia muito tradicional, como Chico Anysio, Mazzaropi, Didi Mocó. Coisas leves e que, apesar do horário, também agrada a criançada. Nada é pesado”, garante.
Depois de um tempo afastado da TV para cuidar da mãe, que sofria de Alzheimer e morreu em 2021, Alexandre Borges fala sobre a alegria que é voltar aos estúdios e reencontrar os amigos. “Pra mim foi um retorno também, voltar a gravar nos Estúdios
Globo, ter essa coisa de ver velhos amigos, fazer novos amigos, conhecer gente nova”, diz o ator, que estava sem contrato de longo prazo com a emissora desde 2019, quando finalizou ‘Verão 90’.
LINN DA QUEBRADA
No episódio que está previsto para ir ao ar hoje, uma atriz iniciante, interpretada por Linn da Quebrada, chega em Pitombas. Montada em um triciclo estribado, Lilibeth — ou Lili, para os íntimos — aporta na cidade em busca de uma oportunidade na telona, no exato momento em que Francis (Edmilson Filho) e Munízio (Haroldo Guimarães) discutem a necessidade de uma nova protagonista para seus filmes.
Rosalinda (Larissa Goes), cada vez mais irredutível em se afastar do marido enquanto o cinemista não desfizer o pacto com o Diabo (Alexandre Borges), não quer mais gravar nenhuma cena. Mas a coincidência da chegada de Lili bem na hora que Francis mais precisava logo desperta no cabra a desconfiança sobre ela ser enviada do além.