“A NEGRA VOZ DO AMANHÔ “GLÓRIA AO ALMIRANTE NEGRO”
Xangô chama Iansã
Que a voz do amanhã já bradou no Maranhão Tambor de Mina, Encantados a girar
O divino no altar, a filha de toda fé
Sob as bênçãos de Maria, batizada Nazareth Quis o destino quando o tempo foi maestro Soprar a vida aos pés do velho cajueiro Guardar no peito a saudade de mainha Do reisado a ladainha, São Luís o seu terreiro Ê bumba meu boi! Ê boi de tradição! TemquerespeitarMaracanãquefaztremerochão
Toca tambor de crioula, firma no batuquejê Ô pequena feita pra vencer
Vem brilhar no Rio Antigo, mostra seu poder de fato
Fina flor que não se cheira não aceita desacato
Vai provar que o samba é primo do jazz
Falar de amor como ninguém faz
Nas horas incertas, curar dissabores
Feito uma loba impor seus valores
E seja o pilar da esperança
Das rosas que nascem no morro da gente Sambando, tocando e cantando Se encontram passado, futuro e presente Mangueira! De Neuma e Zica
Dos versos de Hélio que honraram meu nome Levo a arte como dom
Um Brasil em tom marrom que herdei de Alcione
Ela é Odara, deusa da canção Negra voz, orgulho da nação
Meu Palácio tem rainha e não é uma qualquer Arreda homem que aí vem mulher
Verde e rosa dinastia pra honrar meus ancestrais
Aqui o samba não morrerá jamais
Xangô chama Iansã
Que a voz do amanhã já bradou no Maranhão
Tambor de Mina, Encantados a girar
O divino no altar, a filha de toda fé
Sob as bênçãos de Maria, batizada Nazareth Quis o destino quando o tempo foi maestro Soprar a vida aos pés do velho cajueiro Guardar no peito a saudade de mainha
Nas águas da Guanabara
Ainda o azul de Araras
Nascia um herói libertador
O mar com as ondas de prata Escondia no escuro a chibata
Desde o tempo do cruel contratador Eram navios de guerra, sem paz As costas marcadas por tantas marés O vento soprou à negrura
Castigo e tortura no porão e no convés
Ôôô A Casa Grande não sustenta temporais Ôôô Veio dos Pampas pra salvar Minas Gerais
Lerê lerê mais um preto lutando pelo irmão Lerê lerê e dizer nunca mais escravidão
Meu nego... A esquadra foi rendida E toda gente comovida
Veio ao porto em saudação
Ah! nego... A anistia fez o flerte Mas o Palácio do Catete Preferiu a traição
O luto dos tumbeiros
A dor de antigas naus
Um novo cativeiro
Mais uma pá de cal
Glória aos humildes pescadores Yemanjá com suas flores
E o Cais da luta ancestral
Salve o Almirante Negro
Que faz de um samba enredo Imortal!
Liberdade no coração O dragão de João e Aldir A Cidade em louvação Desce o Morro do Tuiuti
Nas águas da Guanabara
Ainda o azul de Araras
Nascia um herói libertador
O mar com as ondas de prata Escondia no escuro a chibata
Desde o tempo do cruel contratador Eram navios de guerra, sem paz As costas marcadas por tantas marés O vento soprou à negrura