O Dia

Justiça absolve 23 ativistas envolvidos em protestos políticos

Na ocasião, o grupo foi acusado de usar nas manifestaç­ões táticas de guerrilha urbana

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A Justiça do Rio absolveu, na terça-feira, os 23 réus acusados de formação de quadrilha e corrupção de menores em atos e protestos políticos que acontecera­m na cidade ao longo de 2013 e 2014 no Rio de Janeiro. Na ocasião, o grupo foi acusado de usar nos protestos táticas de guerrilha urbana conhecidas como “black blocs”, e de promoverem manifestaç­ões mais violentas.

A denúncia contra eles foi apresentad­a em 2014 pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que afirmava que o grupo planejava os protestos violentos durante o período da Copa do Mundo, inclusive o de incendiar a Câmara Municipal da capital fluminense.

Em 2018, a Justiça do Rio determinou a prisão dos 23 ativistas. Eles foram acusados de formação de quadrilha, corrupção de menores, dano qualificad­o, resistênci­a, lesões corporais e posse de artefatos explosivos. As penas variaram entre 5 anos e 10 meses e 7 anos de prisão, mas eles puderam recorrer em liberdade.

Entre os absolvidos, está a ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho. Seu marido, Luiz Carlos Rendeiro Júnior, conhecido como Game Over, que também participav­a das manifestaç­ões, morreu em março do ano passado. Na ocasião, uma foto do momento em que Sininho foi presa e estava sendo levada em um ônibus da Polícia Militar gerou grande repercussã­o. Na imagem, o casal aparece se abraçando.

Nas redes sociais, Elisa comemorou a liberdade. “Depois de mais de 10 anos finalmente fomos absolvidos! Pra quem não lembra, o processo dos 23 condenou ativistas de 2013 por terrorismo e outros crimes. Sem provas e baseado em mentiras midiáticas. Este processo prejudicou não só a vida jurídica de cada um de nós como acabou com a saúde mental de muitos de nós”, disse.

Elisa ainda lamentou o fato de o marido não poder comemorar a decisão. “Eu e

Luiz fomos um desses ativistas. E por 10 anos fomos perseguido­s por este processo que tanto prejudicou nossa vida pessoal É com muita alegria que grito: Liberdade! Choro também por não poder abraçar meu amor que onde quer que ele esteja, está gritando e vibrando”, finalizou.

CINEGRAFIS­TA MORTO

Dentre os absolvidos neste processo também estão os envolvidos na morte de Santiago Andrade, 49 anos, cinegrafis­ta da TV Bandeirant­es morto por um disparo de rojão na cabeça enquanto cobria uma manifestaç­ão no Centro do Rio, em fevereiro de 2014.

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ARQUIVO O DIA Ativistas eram acusados de usar violência em atos públicos no Rio

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