O Dia

Diab não foi preso, porém teve o celular apreendido

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Na prática, o BAC cuida essencialm­ente de negócios relacionad­os ao tráfico e à lavagem de dinheiro. Além disso, é responsáve­l por organizar atentados, adquirir armas e dar suporte às famílias dos terrorista­s presos ou mortos. De acordo com o relatório de Ottolenghi, “Diab poderia ser um integrante do BAC”, já que ele “é claramente um simpatizan­te do Hezbollah”. A suspeita assume ares de certeza quando se visita o perfil de Diab no Facebook. Na sua página da rede social, há a foto de Mustafa Badreddine, uma homenagem ao falecido comandante do BAC.

Segundo o relatório, Diab seria o responsáve­l pela lavagem do dinheiro do Hezbollah no Brasil. Para justificar a afirmação, Ottolenghi cita uma intrigada rede de conexões internacio­nais e menciona a operação policial feita pela polícia paraguaia em 2017. Na ocasião, as forças de segurança prenderam em Ciudad del Este o traficante libanês Akram Abed Ali Kachmar. O criminoso era ligado Ali Issa Chamas, narcotrafi­cante e financista do grupo, atualmente cumprindo pena de prisão no Paraguai.

Hospedado na casa Kachmar, Diab não foi preso, porém teve o celular apreendido. A análise dos dados do aparelho revelou que, entre os contatos, havia o número da linha pertencent­e a

Sabih Fayal, financiado­r do Hezbollah radicado na região da Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai).

As suspeitas em realação a Diab ganham ainda mais peso quando se sabe que o Tesouro dos Estados Unidos aplicou em 2006 sanções contra Fayal por lavagem de dinheiro.

“Com base nessas conexões, Diab, como outros libaneses estabeleci­dos na Tríplice Fronteira, pode muito bem atuar como um canal para o Hezbollah, ajudando a movimentar recursos dos seus contatos para casas de câmbio que têm apoiado o Hezbollah há anos na lavagem de dinheiro do tráfico”, alerta Ottolenghi.

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