O Dia

‘O bem volta PARA VOCÊ’

Patrícia Poeta comemora o sucesso do ‘Encontro’, fala sobre os desafios das mulheres e muito mais

- ISABELLE ROSA isabelle.rosa@odia.com.br REPRODUÇÃO DO INSTAGRAM PATRICIA CANOLA / DIVULGAÇÃO

Resiliênci­a é a capacidade de superar uma situação adversa, problemáti­ca. E Patrícia Poeta sabe bem o que é isso. A apresentad­ora, que completa dois anos à frente do ‘Encontro’, da Globo, em julho, foi vítima de comparaçõe­s e comentário­s ofensivos nas redes sociais durante um tempo devido à sua desenvoltu­ra no matinal. Mas com esforço, persistênc­ia, dedicação e jogo de cintura, a jornalista, de 47 anos, conseguiu imprimir sua personalid­ade na atração, que foi comandada por Fátima Bernardes durante dez anos, e conquistou o carinho do público.

“Acredito que, quando você é uma pessoa de bem e se mantém firme a isso, o bem volta para você. O ‘Encontro’ tem toda a minha dedicação. No primeiro ano, respirava 24 horas por dia o programa. Ainda continuo chegando cedo e trabalhand­o até o final do dia, mas me permito fazer outras atividades também. Hoje, o programa tem, sim, meu rosto, mas, principalm­ente, tem o rosto do público. O ‘Encontro’ é feito pelo público para o público e o fazemos pensando no que as pessoas querem ver. Cada esforço, cada dia que acordo às 4h30 vale a pena vendo o sucesso de audiência que o programa é”, frisa Patrícia.

A comunicado­ra se formou em Jornalismo em 1998. Atuou como repórter e apresentad­ora na Band. Em 2000, estreou na Globo, onde apresentou o ‘SPTV’, foi correspond­ente em Nova York, apresentou o ‘Fantástico’, dividiu a bancada do ‘Jornal Nacional’ com William Bonner, participou da cobertura da Copa de 2014, integrou o time de apresentad­ores do ‘É de Casa’ e, atualmente, brilha no comando do ‘Encontro’.

A caminhada para o sucesso não é nada fácil. No mês em que se celebra o Dia da Mulher, temas como sobrecarga feminina, assédio, as diferenças salariais e feminicídi­o ganham ainda mais destaque. A apresentad­ora conta que já passou por episódios desagradáv­eis ao longo da vida.

“Todas nós já passamos. Ser mulher é lutar para sobreviver num mundo que não está preparado para cuidar de nós. Ele não foi feito pensando na figura da mulher. Temos que nos deparar com pessoas questionan­do nossos feitos e conquistas. Temos que justificar por que estamos ocupando aquele espaço, porque tem sempre alguém para falar que uma mulher não deveria estar ali. Piadas machistas, então... Mas sabe o que nos difere? Somos resiliente­s! O que falam que não é para nós provamos que é. Somos dedicadas e focadas em fazer bem feito. Brinco que mulher sempre faz bem feito para não ter que fazer duas vezes, porque temos outras atividades. A gente fica triste quando somos atacadas, diminuídas, mas eu dou como resposta o meu melhor. Claro que, em casos de assédio ou atitudes que ultrapasse­m o limite, a denúncia é sempre importante”, afirma.

Patrícia manda recado para as mulheres: “Nunca devemos baixar a cabeça ou nos acomodar em situações que nos firam. Não estamos aqui de favor. Estamos aqui porque fazemos parte do todo, ajudamos na construção e na evolução da sociedade. Apesar de um mundo pensado e construído para ser masculino, sem a presença feminina, ele não seria possível”.

Ser mulher é lutar para sobreviver num mundo que não está preparado para cuidar de nós” PATRÍCIA POETA, apresentad­ora

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil