Acolhimento para pessoas em situação de rua
Unidade no Maracanã, na Zona Norte, fica aberta 24h
Ocentro itinerante de acolhimento às pessoas em situação de rua, da Prefeitura do Rio, foi reaberto ontem, em novo endereço, no Maracanã, Zona Norte da cidade. Chamado de Ponto de Acolhimento na Rua (PAR), o espaço oferece serviços básicos, como assistência social, lavanderia, cabeleireiro e atendimento médico à população que chegar ao local.
O PAR, que faz parte do programa Seguir Em Frente, da Secretaria Municipal de Saúde, é uma ação itinerante e ficou montado por quatro meses na Praça da Cruz Vermelha, no Centro. Nesse período, 2.837 pessoas foram atendidas e saíram da situação de rua, segundo o secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz.
“Nosso objetivo é cuidar da cracolândia, que fica na região do Maracanã, da Praça da Bandeira e São Cristóvão. Então, o objetivo é criar mais vínculo com essa população, iniciar os cuidados em saúde e, gradativamente, colocar cada uma dessas pessoas que estão em situação de rua na região para dentro do programa Seguir em Frente”, explicou Soranz.
Emerson Rodrigo, que foi acolhido pelo programa quando estava na rua, agora trabalha para ajudar outras pessoas. “Às vezes até para tomar um banho, usar um banheiro, é difícil quando se está em situação de rua. O que fizeram comigo vou passar para o próximo. Dar uma palavra, cuidar. Às vezes vou me colocar no lugar do próximo”, relatou.
O PAR Maracanã fica aberto 24h e deve ficar instalado no Maracanã por oito meses, até criar vínculo com a população de rua da região. Incialmente a entrada acontece pela Avenida Bartolomeu Gusmão, 1.001, em São Cristóvão.
O secretário Municipal de Assistência Social, Adilson Pires, falou sobre a inauguração do novo centro. “Nós temos, no Rio, quase oito mil pessoas vivendo nas ruas. O PAR cumpre um papel como se fosse um grande centro pop, na minha visão. Nesse espaço, você tem todo o processo de acolhimento, oferta de banho, de médico, assistência social. As pessoas que estão na rua precisam disso, que o poder público se faça presente e estenda a mão”, afirmou.
Morador de rua e ex-presidiário, Arias Avelar, acolhido há duas semanas, utiliza os armários do PAR para guardar os seus pertences. Aos 73 anos, ele contou que seu objetivo é ter um emprego.
“Ninguém vive bem na rua”, declarou o Superintendente de Saúde Mental, Hugo Fagundes.