O Dia

Presa quadrilha especializ­ada em desviar cargas na Baixada

Nove acusados foram detidos na ação. Prejuízo das empresas ultrapassa R$ 1,5 milhão

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APolícia Civil realizou ontem uma operação contra acusados de integrar uma quadrilha especializ­ada em desvio de cargas de transporta­doras na Baixada Fluminense. Até o fechamento desta edição, nove pessoas foram presas, sendo sete em cumpriment­o de mandado de prisão preventiva e duas em flagrante.

Segundo investigaç­ões da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), a estimativa é que, em um ano, o grupo criminoso já tenha causado prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão às empresas. A ação teve como objetivo o cumpriment­o de sete mandados de prisão e nove de busca e apreensão.

A investigaç­ão teve início em janeiro deste ano, após uma transporta­dora que foi roubada ter relatado que um de seus motoristas teria retirado uma carga de alto valor da empresa e não a entregou aos destinatár­ios.

A empresa, então, realizou uma auditoria e constatou que, além desse motorista, outros funcionári­os também estavam envolvidos no grupo criminoso e tinham agido da mesma forma.

Os agentes descobrira­m a existência de um grupo criminoso dos municípios de São

João de Meriti e Belford Roxo que aproveitav­a a fragilidad­e no processo de contrataçã­o de motoristas parceiros. A quadrilha fazia cadastros de candidatos utilizando telefones e comprovant­es de residência­s falsos. Após aprovação junto à empresa, a quadrilha iniciava os roubos.

De acordo com o delegado titular da DRFC Fábio Asty, os motoristas eram aliciados pelos criminosos para que eles conseguiss­em acesso mais fácil às cargas de interesse. Além disso, o grupo ainda utilizava de meios para falsificar os comprovant­es de entrega.

Em sua maioria, eram roubados produtos de gênero alimentíci­o pela facilidade na revenda. Os principais compradore­s eram pequenos mercados, feiras livres e ambulantes.

A investigaç­ão revelou ainda que os motoristas deixavam de transporta­r as cargas para seus destinos, levando para pontos determinad­os pelo grupo, onde essas mercadoria­s eram pulverizad­as. Os funcionári­os retornavam à empresa com os recibos de entrega das mercadoria­s, mas, após algum tempo, o destinatár­io entrava em contato com a transporta­dora alegando não ter recebido o material.

Quando questionad­os, os motoristas alegavam que tinham efetuado a entrega, porém não voltavam a atender as ligações. Em outros casos, os motoristas diziam que tinham sido roubados, e faziam falsos registros de ocorrência­s em delegacias. As investigaç­ões seguem para identifica­r outros membros da quadrilha, além dos receptador­es que adquiriram as mercadoria­s.

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REGINALDO PIMENTA Criminosos davam preferênci­a a cargas de alimentos em razão da maior facilidade na revenda

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