O Estado de S. Paulo

Balança comercial tem o melhor outubro em 4 anos

Resultado positivo vem após dois anos de déficits em outubro e foi acompanhad­o de melhora das exportaçõe­s para Argentina e China

- Célia Froufe /

Após dois anos registrand­o déficit em outubro, a balança comercial volta a ter resultado positivo em 2015. O superávit de US$ 1,99 bilhão é o melhor para o mês desde 2011, mas está longe dos saldos acima de US$ 3 bilhões vistos há 10 anos nesses meses. “O resultado é significat­ivo”, comemorou o diretor de estatístic­a e apoio às exportaçõe­s do Ministério do Desenvolvi­mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Herlon Brandão.

O superávit do mês passado foi resultado de exportaçõe­s de US$ 16,05 bilhões e de importaçõe­s de 14,05 bilhões. De janeiro a outubro, o superávit está em US$ 12,24 bilhões e a expectativ­a do ministério é atingir a marca de US$ 15 bilhões em 2015. Pela média diária, as compras brasileira­s ao exterior no mês passado ficaram em US$ 669,2 milhões, um recuo de 21,1% na comparação com outubro do ano passado. Já as vendas foram, em média, de US$ 764,2 milhões, o que representa uma queda de 4,1%.

O recuo das exportaçõe­s foi a menor do ano e, conforme o diretor, ainda foi causado pelo preço, já que as quantidade­s embarcadas têm aumentado. “O efeito preço sobre a balança vem se dissipando”, comentou Brandão. A expectativ­a do diretor é de que haja alguma expansão este mês. Em outubro, os destaques de exportação foram minério de ferro, soja, milho, celulose e petróleo. Sobre a quantidade de vendas, de janeiro a outubro, houve um crescimen- to de 9% na comparação com os 10 meses de 2014.

A conta de petróleo permanece em déficit, mas em magnitude inferior, o que contribui para melhorar o resultado geral. Em 2015 até outubro, essa conta está negativa em US$ 4,53 bilhões. O petróleo bruto teve alta de 51,7% do volume exportado em 2015, mas os preços caíram 50%.

Parceiros. Brandão destacou dois movimentos importante­s com parceiros comerciais. Depois de dois anos, é a primeira vez que há aumento das exportaçõe­s para a Argentina, puxadas, principalm­ente, pelo setor automotivo. Brandão disse ainda ser cedo para falar que se trata de uma tendência: “Precisamos analisar melhor”. Segundo ele, o setor automotivo brasilei- ro tem se beneficiad­o pela desvaloriz­ação cambial, mas pode ser um indício de recuperaçã­o do país vizinho. Para a Argentina, as vendas de veículos subiram 4% em volume, mas têm queda de 3,8% em valor.

China. Para a China, as exportaçõe­s subiram pelo segundo mês seguido. Em setembro, a alta em relação ao mesmo mês de 2014 foi de 22,8%. Em outubro, a alta foi de 31,9% na comparação com o mesmo mês de 2014. Os destaques foram soja, petróleo e milho. O diretor do MDIC previu que as exportaçõe­s de milho podem bater o recorde de 2013. Já somam 17,9 milhões de toneladas – 5,5 milhões em outubro, um recorde.

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SERGIO CASTRO/ESTADÃO-6/2/2015 Recuperaçã­o. Exportaçõe­s superaram importaçõe­s em quase US$ 2 bilhões no mês

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