O Estado de S. Paulo

Gilmar relata outra solicitaçã­o para investigar Aécio

Presidente do STF repassa a ministro da Corte caso que envolve senador e o Banco Rural na época do mensalão

- Gustavo Aguiar /

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowsk­i, determinou o envio ao ministro Gilmar Mendes do pedido feito pela Procurador­iaGeral da República para investigar o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), por suposta manipulaçã­o de dados do Banco Rural. Além de Aécio, o caso também envolve o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro Teori Zavascki como um desdobrame­n- to da Operação Lava Jato. Ao considerar que o caso não tem a ver com as investigaç­ões sobre o esquema de corrupção na Petrobrás, o ministro Teori sugeriu

Empreiteir­os Delcídio diz que o nome do ministro Ribeiro Dantas (foto) foi sugerido pelo presidente do STJ, Francisco Falcão, para favorecer empreiteir­os alvo da Lava Jato. que o caso fosse redistribu­ído a Gilmar, que já é o relator de um inquérito contra Aécio sobre um esquema de corrupção na estatal Furnas Centrais Elétricas.

Teori defendeu que os dois casos são correlatos e, por isso, deveriam ser relatados pelo mesmo ministro, o que foi acatado por Lewandowsk­i.

O novo relator do pedido precisará decidir, agora, se abrirá ou não um novo inquérito contra o tucano. O pedido de Janot tem como base a delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral (sem partidoMS), que acusou Aécio de manipular as informaçõe­s do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro durante a CPI dos Correios quando era governador de Minas Gerais.

Delcídio presidiu a CPI dos Correios e afirmou ter “segurado a barra” para que não viesse à tona a movimentaç­ão financeira das empresas de Marcos Valério no Banco Rural que “atingiriam em cheio” integrante­s do PSDB por causa do mensalão mineiro. O senador cassado disse que Aécio ficou incomodado com a quebra de sigilo do banco durante as investigaç­ões. O tucano teria então maquiado as contas da instituiçã­o para não se “compromete­r” e aliados como Clésio Andrade (então vicegovern­ador de Minas).

Na época, Paes era secretário-geral do partido e teria sido escalado por Aécio para atuar, com Sampaio, para postergar a apresentaç­ão de informaçõe­s pelo Banco Rural.

Procurador­ia Segundo Janot, há elementos para pedir a abertura de inquérito no STF contra Dilma por suspeita de tentativa de obstrução da Operação Lava Jato.

Na semana passada, após assumir a relatoria do pedido de Janot contra Aécio sobre o caso de Furnas, o ministro decidiu instaurar um inquérito. Mas, em menos de 24 horas, voltou atrás e suspendeu o andamento das investigaç­ões até que o procurador-geral da República se explique sobre o pedido. Segundo Janot, Aécio teria recebido propina de empresas terceiriza­das que prestavam serviço para Furnas.

Defesas. Em nota, a assessoria de imprensa de Aécio afirmou que “pesquisa oficial feita nos arquivos da CPMI dos Correios atesta que sequer houve o pedido mencionado pelo senador Delcídio Amaral”. Também em nota, Sampaio disse esperar “com tranquilid­ade o desfecho do caso”. Paes informou que está à disposição da Justiça para esclarecer os fatos.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-18/3/2016 Defesa. Senador diz que arquivo da CPI desmente suspeita
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