‘Vão ter de me aturar mais um pouquinho’
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reagiu com ironia à pressão que vem sofrendo de opositores para que deixe o cargo diante das denúncias de corrupção no esquema investigado pela Operação Lava Jato. “Acho que vão ter de me aturar umpouquinho mais”, respondeu o peemedebista, quando abordado sobre os pedidos para que saia da presidência da Casa. PSOL e Rede Sustentabilidade tiveram o apoio de 46 deputados na petição protocolada ontem no Conselho de Ética pedindo a cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar. O presidente da Câmara afirmou estar “firme” e “tranquilo” e negou ser alvo de pressão.
“Quando houve a instauração do inquérito, o PSOL pediu meu afastamento. Quando houve depoimento de delator, o PSOL pediu meu afastamento. Quando houve pedido de denúncia, o PSOL pediu meu afastamento. Por que não pediria agora? Já entrou na Corregedoria duas vezes. É da política. São os meus adversários políticos. É normal. Estou aqui firme”, disse Cunha. “Estou absolutamente tranquilo”.
Parlamentares do PSOL e da Rede se manifestaram no plenário para que Cunha deixasse a presidência da Casa. “Eduardo Cunha não tem mais qualquer condição de presidir a Casa”, disse o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que provocou até a oposição. “Líder Carlos Sampaio (PSDB-SP), não vai fazer nenhuma manifestação no plenário? O silêncio vai continuar?”, indagou o deputado, cobrando ação dos oposicionistas que, no fim de semana, pediram a saída de Cunha.