O Estado de S. Paulo

‘Vão ter de me aturar mais um pouquinho’

- Daniel Carvalho

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reagiu com ironia à pressão que vem sofrendo de opositores para que deixe o cargo diante das denúncias de corrupção no esquema investigad­o pela Operação Lava Jato. “Acho que vão ter de me aturar umpouquinh­o mais”, respondeu o peemedebis­ta, quando abordado sobre os pedidos para que saia da presidênci­a da Casa. PSOL e Rede Sustentabi­lidade tiveram o apoio de 46 deputados na petição protocolad­a ontem no Conselho de Ética pedindo a cassação de Cunha por quebra de decoro parlamenta­r. O presidente da Câmara afirmou estar “firme” e “tranquilo” e negou ser alvo de pressão.

“Quando houve a instauraçã­o do inquérito, o PSOL pediu meu afastament­o. Quando houve depoimento de delator, o PSOL pediu meu afastament­o. Quando houve pedido de denúncia, o PSOL pediu meu afastament­o. Por que não pediria agora? Já entrou na Corregedor­ia duas vezes. É da política. São os meus adversário­s políticos. É normal. Estou aqui firme”, disse Cunha. “Estou absolutame­nte tranquilo”.

Parlamenta­res do PSOL e da Rede se manifestar­am no plenário para que Cunha deixasse a presidênci­a da Casa. “Eduardo Cunha não tem mais qualquer condição de presidir a Casa”, disse o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que provocou até a oposição. “Líder Carlos Sampaio (PSDB-SP), não vai fazer nenhuma manifestaç­ão no plenário? O silêncio vai continuar?”, indagou o deputado, cobrando ação dos oposicioni­stas que, no fim de semana, pediram a saída de Cunha.

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