PPS pede que Janot confirme citação a Lulinha em delação
Líder do partido na Câmara cobra de procurador posicionamento sobre supostos pagamentos de despesas pessoais de filho de Lula
O líder do PPS na Câmara dos, Rubens Bueno (PR), pediu ontem à ProcuradoriaGeral da República que confirme o teor da delação premiada do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, sobre o suposto repasse de cerca de R$ 2 milhões para o pagamento de despesas pessoais do filho do ex-presidente Lula. Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, teria sido citado pelo lobista durante as investigações da Operação Lava Jato.
Bueno cita reportagem publicada pelo jornal O Globo no domingo passado segundo a qual Baiano teria dito que o repasse foi destinado para pagar despe- sas pessoais de Lulinha. Na mesma delação, o lobista teria admitido contato com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas não fez nenhuma revelação comprometedora a respeito do peemedebista.
Questionamento. Bueno questiona o procurador-geral Rodrigo Janot se a delação foi mesmo homologada pelo mi-
‘Blindagem’ nistro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.
De acordo com o líder do PPS, se essas informações forem verdadeiras, Lulinha deverá ser convocado como investigado para prestar depoimento à CPI da Petrobrás. “Precisamos acabar com essa blindagem em torno de Lulinha e de outros personagens envolvidos no escândalo”, afirmou Bueno, lembrando o requerimentos da CPI do BNDES e da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para ouvir o filho do ex-presidente.
Bueno informou também que o partido vai pedir a prorrogação dos trabalhos da comissão que investiga o esquema de lavagem de dinheiro da Petrobrás. A previsão inicial é de que ela termine em 23 de outubro.
O deputado disse, ainda, que outras comissões tentarão ouvir o filho do ex-presidente. “Temos também requerimentos na CPI do BNDES e na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Ele precisa ser ouvido o mais rápido possível até porque não é a primeira vez que seu nome aparece vinculado a tramoias.”
Baiano. Fernando Baiano é apontado como lobista do PMDB no esquema de desvios da Petrobrás. Ele foi preso em novembro de 2014, na Operação Juí- zo Final, etapa da Lava Jato que alcançou o braço empresarial do esquema de corrupção na estatal. Em uma primeira ação, Fernando Baiano foi condenado a uma pena de 16 anos e 1 mês de cadeia. Ele ainda responde a outros processos no âmbito da Lava Jato.