Saída diplomática não fala com jovens palestinos
Os jovens palestinos que protagonizam confrontos e ataques com facas em sua luta contra os israelenses pertencem a uma geração que tem como horizonte o muro da Cisjordânia. De Israel, conhecem só soldados e colonos. Os mais velhos lamentam que seja uma geração sem ligações com movimentos políticos tradicionais, que ignora a história, as grandes figuras e os slogans que aglutinaram gerações anteriores. Dos mais velhos, esses jovens lembram das pedras da primeira Intifada, de 1987, e de alguns símbolos, como a mesquita de Al-Aqsa, que veem apenas nos cartazes em passeatas.
As redes sociais divulgam fotos dos “mártires”, com mensagens para glorificá-los. Sua última tendência é sorrir para as câmeras enquanto são presos, comportamento que provocou indignação em Israel. Dois terços da população têm menos de 30 anos, muito abaixo da média de idade dos políticos, distância que faz com que essa geração não tenha medo de gritar palavras de ordem contra o presidente da Autoridade Palestina, que criticam por cooperar com Israel.
Esses jovens nasceram depois dos Acordos de Oslo, que deveriam ter dado início à criação do Estado palestino, na década passada. Isso não ocorreu e a colonização foi avançando na Cisjordânia. Para os jovens, a diplomacia não parece ter resolvido.