O Estado de S. Paulo

Turquia investiga ‘falha’ que permitiu atentado

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O presidente da Turquia, Recep Erdogan, anunciou ontem o lançamento de uma investigaç­ão sobre “falhas de segurança” que permitiram a realização do atentado de sábado passado em Ancara, que matou ao menos 97 pessoas. Por enquanto, o líder turco descartou a possibilid­ade de demitir ministros.

Sob pressão da oposição em razão do aumento recente da violência no país, Erdogan determinou que Conselho Estatal de Controle (DDK) seja o responsáve­l pelo inquérito. Esse conselho tem poderes para investigar todos os órgãos do Estado na Turquia, com exceção de Exército e Judiciário.

Em sua primeira aparição pública após o duplo atentado suicida do sábado, Erdogan se recusou a forçar a renúncia dos ministros de Interior e Justiça, como pediu a oposição. “Sempre há pontos vulnerávei­s. Não acho correto aplicar um mecanismo de demissão para qualquer assunto”, disse o presidente turco em referência ao que foi o atentado mais mortífero na história do país.

“Renunciar imediatame­nte não é uma solução. Se for provado que houve negligênci­a serão dados os passos necessário­s, ninguém duvide.”

Veto. Ainda ontem, uma marcha promovida por sindicalis­tas e ativistas que perderam amigos e colegas no atentado do sábado foi proibida.

A principal suspeita do governo turco sobre a autoria do ataque recai sobre o Estado Islâmico. O atentado ocorreu em meio à incerteza política no país e semanas antes das eleições legislativ­as. O ataque aumenta o temor de que a Turquia, candidata a integrar a União Europeia, possa estar iniciando um período de instabilid­ade.

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