Líder opositor recorrerá contra condenação
A defesa do líder opositor venezuelano Leopoldo López apresentará uma apelação, na sextafeira, contra a condenação a quase 14 anos de prisão dada a ele no mês passado. Segundo o advogado, a sentença contém vícios que demonstram motivação política por trás da condenação.
“Vamos apresentar um recurso de apelação para denunciar que houve violação do devido processo e do direito à defesa”, declarou ontem o advogado Juan Carlos Gutiérrez.
Segundo ele, a falha consiste em “vícios de fundo e de forma”, uma vez que o Ministério Público não conseguiu provar os delitos pelos quais acusava López, líder da ala radical da oposição venezuelana.
O recurso será interposto à Corte de Apelações de Caracas. Caso seja aceito, a Corte deverá convocar as partes para um julgamento oral. “Será uma oportunidade para demonstrar que na Venezuela há juízes que não se submetem. A sentença tem de ser revogada e Leopoldo, posto em liberdade”, declarou o advogado.
López, de 44 anos, foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão após ser acusado de incitar a violência durante os protestos contra o governo de Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio de 2014.
O líder opositor foi sentenciado por episódios ocorridos no dia 12 de fevereiro que afetaram, entre outros, a sede da Procuradoria-Geral em Caracas. Segundo o advogado, seu cliente não teve nada a ver com os fatos.
Nesse dia, o político convocou uma marcha para promover sua estratégia “A Saída”, que buscava a renúncia de Maduro por meio de pressão de manifestações nas ruas. No entanto, segundo ele, o ato é respaldado pela Constituição do país. “Quando o acusam de associação para o crime, não demonstram que havia um grupo organizado para cometer os delitos”, argumentou Gutiérrez.
A sentença contra López tem sido criticada por vários governos e líderes internacionais, que questionam a independência da Justiça venezuelana e pedem que se garanta um julgamento justo para o opositor.