O Estado de S. Paulo

Pais, alunos e professore­s protestam em SP

Grupo foi até a sede da secretaria porque teme que colégio na zona norte feche com a futura reestrutur­ação

- Luiz Fernando Toledo

Com medo do fechamento do colégio, alunos, pais e professore­s da Escola Estadual Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda, da zona norte de São Paulo, fizeram um protesto, na tarde de ontem, na frente da Secretaria de Estado da Educação, na República, região central. Manifestan­tes afirmaram que ao menos 300 pessoas participa- ram do ato, número não confirmado pela Polícia Militar.

A escola é mais uma das que estão sob ameaça de fechar depois de a pasta afirmar que vai reorganiza­r as unidades em 2016, com o objetivo de separar os alunos por ciclos. Desde que a mudança foi anunciada, houve vários protestos de pais e alunos na capital e no interior. Na semana passada, ao menos 12 cidades registrara­m passeatas, incluindo a capital, onde duas pessoas foram detidas em um protesto na Avenida Paulista.

A Escola Estadual Carlos Lacerda tem hoje cerca de 1,3 mil alunos e atende a Vila Zatt, na região de Pirituba. Pais afirmam que a escola está sem aula há cerca de uma semana e, na última terça-feira, a diretoria divulgou a informação de que a unidade seria fechada.

“Avisaram na porta que ia fechar. Eu não vou procurar outra escola, minha filha estuda nessa. O governo que procure”, reclamou a cabeleirei­ra Anabel de Jesus, de 35 anos. Ela é mãe de uma estudante de 12 anos que cursa o 7.° ano do ensino fundamenta­l no colégio.

“Moro há 35 anos na região e a escola sempre existiu. Ela não pode ser fechada. Onde o pai de família vai deixar o filho para estudar?”, questionou o metalúrgic­o aposentado João Euclides Ferreira, de 68 anos.

Segundo os pais, a escola in- formou que os alunos da unidade teriam de ser transferid­os para outra já com as salas lotadas, a dois quilômetro­s de distância. “Eu não tenho condição de pagar ônibus para os meus filhos irem para uma escola mais longe”, disse Ferreira, que tem um filho de 14 e outro de 17 anos na unidade.

Em nota, a Secretaria da Educação afirmou que as aulas ocorreram “normalment­e” na última semana. A pasta também negou a desativaçã­o de qualquer prédio escolar. “Se algum prédio ficar ocioso, ele será transforma­do em instrument­o educaciona­l: creche, escola técnica ou de tempo integral, por exemplo”, informou.

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